TJSP 07/04/2010 ° pagina ° 1925 ° Caderno 4 - Judicial - 1ª Instância - Interior - Parte II ° Tribunal de Justiça de São Paulo
Disponibilização: Quarta-feira, 7 de Abril de 2010
Diário da Justiça Eletrônico - Caderno Judicial - 1ª Instância - Interior - Parte II
São Paulo, Ano III - Edição 687
1925
conversa com Ninguém (co-réu Agnaldo Fernando e também líder) sobre o Cowboy (co-réu em relação ao qual o processo foi
desmembrado) que, por sua vez, segundo a polícia, teria sido o responsável pelo transporte de 100 (cem) Kg de maconha do
Paraguai para esta região. A droga teria sido transportada num veículo Monza conduzido por uma pessoa de nome Ari que
acabou sendo preso pela polícia rodoviária em Marapuã Paulista que, em abordagem de rotina, encontrou 101 Kg de maconha
no interior do veículo (fls 525/526).Além de maconha e cocaína, Brisa intenta comercializar ecstasy. É assim que, em 04/01/06,
Brisa obtém informação com o corréu Ninguém acerca do menino que vende comprimido. Ninguém fala que ele está aqui (outro
preso). Brisa pergunta quanto que faz para mandar 100 (cem comprimidos de ecstasy). Brisa, então, fala com um preso (não
identificado). Preso fala que por menos de 25 reais não pode vender. Preso fala que se ele pegar 100 (comprimidos) e pagar à
vista, faz por 16 reais. Brisa fala que vai conversar com o menino (fls 525).Em 24/02/06, Julinho e Ninguém conversam sobre
pagamento de cocaína adquirida pelo bando (fls 535).Em 01/03/06, Julinho fala pra Liu fazer um depósito de mil reais, referente
a pagamento de cocaína adquirida (fls 538). Em 03/03/06, Julinho conversa com Homem não Identificado e o ensina a fazer a
mistura da cocaína com bicarbonato. Julinho fala que irá chegar seis quilos de cocaína (fls 539). Em 06/03/06, Julinho e Liu
falam sobre depósito de 500 reais, referente comercio de cocaína (fls 540).Julinho conversa com sua mãe Cleide e com sua
irmã Ana sobre depósito efetuado no Banco Bradesco de Penápolis sobre pagamento de cocaína e também sobre liberação de
dinheiro apreendido no interior de um cofre na casa dos familiares de Julinho (fls 542). Julinho conversa com Carina sobre
depósitos bancários referentes ao tráfico de entorpecentes (fls 543). Em 09/03/06 Ninguém fala para Julinho que o menino
(fornecedor da cocaína) está cobrando o depósito da droga adquirida. Julinho fala que sua irmã e sua mãe já fizeram o depósito
e que ele mesmo entrou em contato com o gerente e foi confirmado o depósito (fls 552 e 553). Em 09/03/08, Julinho conversa
com homem não identificado e passa o número da conta bancária de seu pai Milton Berbare para homem fazer depósito e
oferece 500 gramas de cocaína (fls 555).Em 13/03/06 Julinho conversa com uma mulher não identificada e passa o número da
conta poupança de seu pai Milton Berbare para pagamento de cocaína adquirida (fls 556). Em 16/03/08 Julinho e Ninguém
falam sobre latas de óleo (cocaína) que Julinho está esperando. Ninguém fala que está sem nada (droga) (fls 559).Em 16/03/08
Julinho, Ninguém e Urso falam do depósito que foi feito no dia 13/03/08 e que o Edinho ainda está cobrando (cocaína que foi
adquirida pelo bando de Julinho). Julinho fala que foi seu pessoal (irmã e mãe) que fizeram o depósito (fls 560).Em 16/03/06, às
12h, Julinho (ou Brisa) conversa com Ninguém numa conferência a três feita por Luquinha. O assunto da interlocução é o
fornecimento de cocaína (apelidada de latas de óleo) de Brisa a Ninguém. Brisa, indignado com o indiciamento de seus pais e
irmã, ora corréus, fala em matar o delegado condutor do inquérito (vol 5, fls 558/559).Em 17/03/06, às 12h04, há conferência a
três entre os 3 líderes, Brisa, Ninguém e Urso. Discutem o pagamento de uma partida de cocaína. Como há divergência do
recebimento, temem ser submetidos à disciplina do PCC (fls 560). São freqüentes as negociações de cocaína, por telefone,
entre Brisa e Ninguém. Assim, em 19/03/06 negociam quilos do entorpecente (fls 561/562).A ousadia dos acusados é tamanha
que, não obstante terem sido descobertos que estavam sendo interceptados, não se intimidaram nas transações com
entorpecentes, apenas tendo Julinho advertido Vardê, em 24/03/06, que tem que tomar cuidado, não pode falar local, nem data,
nem hora e que o delegado Cotait está na escuta (fls 568). Em 26/03/06, Leitinho mantém contato com Julinho. Leitinho acerta
levar maconha para Brisa no presídio. Além disso, travam longa conversa sobre aquisição de maconha (madeira) e cocaína
(óleo), a forma de preparar com bicarbonato e a possibilidade de arrumar um sítio a 200 Km da cidade. Brisa incumbe Leitinho
de arrumar o sítio, ao que tudo está a indicar, para facilitar a transformação da cocaína com adição de bicarbonato. Julinho
afirma que ele, Ninguém e Urso (os três líderes) estão interessados (fls 569).Várias foram as conversas e negociações entre os
três líderes (Júlio, Edgar e Agnaldo), acertando pagamento de drogas e programando novas compras e transportes (fls 570).
Insta observar que, inclusive, tinham um fornecedor de cocaína em comum na Bolívia de nome Camba e fazem transação com
drogas com ele (fls 571/572).Em 11/04/2006, Brisa (ou Julinho), em conversa com Urso ( ou Edgarzinho), lamenta o fato de
estarem investigando suas ações e que tão embassando no seu pessoal, numa referência ao inquérito que deu origem a este
processo. Na oportunidade, Urso revelou sua periculosidade ao dizer a Julinho que se tão mexendo com a família dele (do
Julinho Ventania), tem que chegar no cara (delegado) e falar que vão mexer com a família dele também (com a família do
delegado), que tem que chegar firme nesses caras (na polícia) (fls 590).Em 05 e 06/05/2006, Julinho continua seus contatos
com fornecedores e comparsas na traficância. Acerta aquisição de meio quilo de cocaína; ensina um indivíduo conhecido por
Maloca a manusear a droga, fazendo teste com ela; acerta a venda de 30 gramas para outro não identificado; ensina como fazer
a cocaína ficar boa e, ainda, conversa com Agnaldo (Ninguém): ambos deliberam a troca de um veículo Gol por dois quilos de
cocaína e que destes fariam mais dois quilos auferindo um lucro de R$35.000,00 (fls 605/607).Em 19/02/2006, Brisa em extensa
ligação telefônica com seus comparsas fora do presídio os ensina com riqueza de detalhes todo o procedimento para misturar
cocaína com bicarbonato, numa panela ao fogo, para aumentar a quantidade (fls 617/619). Em 04/04/06, às 14h20, Brisa fala
para Sombrinha que está com um menino lá embaixo (fronteira) para trazer a seis mil (seis mil reais o quilo da cocaína).
Sombrinha fala que comprou cinco caixas de óleo (cinco quilos de cocaína). Brisa fala que corre o risco de perder (a droga ser
apreendida pela polícia). Brisa fala que o moleque vai engolir o bagulho. Sombrinha fala que com uma lata (um quilo) faz quatro
de arroz (quatro quilos de crack). Sombrinha fala que paga nove mil a mais do lá embaixo (fls 640).Em 05/04/06, às 09h50,
Lucas fala para Brisa que está com um M (maconha) e quer trocar por cocaína. Brisa fala que daqui a três dias pretende mandar
um pouco (cocaína) para Lucas e pede para ele mandar uns cem gramas de maconha para o pessoal de Brisa experimentar ( fls
640 e 641).Em 05/04/06, às 18h46, Brisa conversa com Dan e pergunta dos brinquedos (armas de fogo) que estão com ele e
como faz para pegar. Dan diz que o Neguinho falou que quando ele (Brisa) ligasse tava ok (poderia entregar as armas). Brisa
fala que pega e volta logo, talvez até com mais alguma. Brisa fala que pode entregar na mãe do Leite (Julio César de Souza).
Dan fala que lubrificou e guardou e que só tem três vitaminas (munições). Brisa fala que não vai pegar agora, depois chega nele
quando chegar a hora (fls 642).Em 17/03/06, às 18h11, Brisa conversa com Lu (não identificado) e pergunta quanto ele depositou
naquela conta e Lu fala que depositou cem reais. Brisa fala para Lu marcar outra conta: agência 0022-1, conta 0640347-6, que
o nome não precisa (a conta está em nome de Milton Berbare, pai do Julinho Ventania (fls 659).Em 17/03/06, Brisa conversa
com Ana Andréa Berbare e pergunta se ele (Milton) já chegou e ela diz que sim e que ele tirou R$500,00. Brisa pergunta se caiu
lá (depósitos efetuados pelo pagamento da cocaína comercializada). Brisa pergunta quanto caiu e Ana fala que caiu um de 300
e um de 250. Brisa fala para deixar dar uma juntadinha para ver se consegue chegar a dois, três conto (dois, três mil reais),
senão não vai conseguir comprar o que quer ali (cocaína) (fls 660). Em 17/03/06, Leitinho conversa com Brisa e fala que domina
(comanda o tráfico de drogas em Penápolis e região). Brisa fala para soltar uma loja (ponto de tráfico) na cidade da frente e
outra na cidade vizinha e diz que está com duas quadradinhas (duas pistolas), mas na hora que sair arruma mais. Brisa fala que
com a madeira (maconha) tá virando uma moeda mais fácil que o outro (cocaína). Leitinho fala que é baratinho. Brisa pergunta
quanto e Leitinho fala que duas pernas e meia (duzentos e cinqüenta reais o quilo da maconha), que entrega na mão, só que na
moeda (dinheiro a vista). Brisa pergunta quanto e Leitinho diz que 30, 40 quilos. Brisa fala para mandar trazer, que cinco barão
(cinco mil reais) tem na mão, que arruma de ato e pergunta quantos dias demora para vir. Leitinho fala que tem que trocar uma
idéia. Brisa fala para entrar nesse negociamento (aquisição de maconha), botar o barco pra andar. Leitinho fala que amanhã vai
Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Lei Federal nº 11.419/06, art. 4º