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2 - Ano XCVII • NÀ 36
Diário Oficial do Estado de Pernambuco - Poder Executivo
Recife, 21 de fevereiro de 2020
Jovem aprende a ler na Funase durante
projeto gerido por agente socioeducativa
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Socioeducando evoluiu na relação com as palavras
e pediu para trocar RG que continha expressão “não
alfabetizado” por um com a própria assinatura.
m projeto conduzido por
uma agente socioeducativa
está ajudando adolescentes
a ter outro tipo de relação com as
palavras dentro da Fundação de
Atendimento
Socioeducativo
(Funase). Diariamente, socioeducandos participam de um reforço no
espaço de leitura do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case)
Cabo de Santo Agostinho, na
Região Metropolitana do Recife,
onde a iniciativa ocorre. Um dos
internos, U.E.G.S., de 18 anos, que
chegou à instituição há pouco mais
de um ano, sem saber ler, evoluiu
tanto ao participar do projeto que
decidiu solicitar a emissão de um
novo documento de identidade,
desta vez, contendo a própria
assinatura.
No RG anterior, havia a expressão “não alfabetizado” carimbada
em lugar do nome do jovem. Mais
que um primeiro passo rumo à alfabetização, conseguir assinar o documento foi um salto para a dignidade.
“Na rua, eu tinha vícios, não queria
saber de nada. Meu pai me colocava
em escolas e eu não queria estudar.
Depois que passei a fazer cursos,
escola aqui, fui me interessando.
Estudei, comecei a escrever meu
nome e tirei minha identidade”,
afirma o socioeducando, que cursa a
Educação de Jovens e Adultos
(EJA) equivalente às séries finais do
Ensino Fundamental I. “Quero sair
sabendo ler e dizer aos outros que
vale a pena se dedicar”, diz.
Nas escolas existentes nas 11
unidades de internação da Funase, a
necessidade de corrigir distorções
idade-série aparece entre os principais desafios das equipes pedagógicas, que recebem jovens, muitas
vezes, afastados da rotina escolar
por vários anos. O projeto da
Funase, batizado de Leitura Mais,
passou a ser desenvolvido de forma
complementar às ações da escola.
“Fico feliz de participar de momentos importantes na vida desses
jovens. Queremos que os socioeducandos vejam exatamente isto: que
a educação e o estudo são tudo na
vida”, avalia a agente socioeducativa Patrícia Maria, responsável
pelas ações no espaço de leitura.
Atualmente, o Case Cabo
atende 192 adolescentes com idades a partir de 17 anos e seis meses
e, excepcionalmente, jovens até 21
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do Case Cabo de Santo Agostinho tem estimulado
socioeducandos a se instruírem
anos. Todos estão matriculados na trar seu documento de identidade,
escola que funciona na unidade. é um exemplo da eficácia dessa
“O objetivo do projeto é, justa- ação. Hoje, ele já consegue escremente, estimular que os socioedu- ver o nome e ler pequenas frases. É
candos ponham em prática a lei- uma história que está tomando
tura, como extensão da escola. O novos rumos”, declara a coordenajovem U.E.G.S., que chegou aqui dora técnica do Case Cabo, Midian
desmotivado e com receio de mos- Borges.
Presídio de Pernambuco elege sua primeira Miss Trans
As reeducandas do pavilhão LGBT do Presídio de Igarassu
(PIG), Região Metropolitana do Recife, concorreram, na última
terça-feira (18), ao título de Miss Trans do PIG, concurso pioneiro
nas unidades prisionais do Nordeste, realizado pela Secretaria
Executiva de Ressocialização (Seres). A competição ocorreu no
Espaço Ecumênico do presídio.
As dez candidatas participantes desfilaram com trajes esporte
fino e de gala, avaliadas por quatro jurados, mas nas apresentações individuais o argumento de que o evento no presídio se instala como uma quebra de preconceito e valorização à mulher foi
unânime. A vencedora Cris Rayanny Abravannel, 28 anos, considerou a sua vitória um avanço. “Com simplicidade em primeiro lugar, agradeço a oportunidade e que esse evento de valorização a nós mulheres seja um incentivo a todas que estão lá
fora”, destacou.
Com a plateia formada, em sua maioria, por homens presos e
profissionais da unidade, não faltou aplausos às candidatas, inclusive com direito a cartaz. A vencedora do segundo lugar, Maria
Clara de Araújo, 18 anos, é concessionada, ou seja, exerce trabalho
remunerado no setor de Saúde e toda a equipe estava na torcida.
EQUIPE
DE
PERNAMBUCO
Diante da experiência e excelência no trabalho em Defesa Civil, o Ministério do Desenvolvimento Regional solicitou o apoio da Casa Militar,
através da Secretaria Executiva de Defesa Civil
do Estado, para auxiliar na análise das solicitações de reconhecimento federal dos cerca de 200
municípios da região sudeste que declararam
situação de emergência ou estado de calamidade
por meio do S2ID – Sistema Integrado sobre
Informações de Desastres após as fortes chuvas
que vem atingindo a região.
O trabalho será realizado na sede do Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres-CENAD, em Brasília. Essa equipe de apoio
tem como objetivo dar mais celeridade à análise
dos processos, garantindo agilidade nas ações de
resposta ao desastre e nos serviços de restabelecimento das condições de mínimas de normalidade
à rotina das populações atingidas. A princípio a
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“Viver isso aqui está sendo maravilhoso, precisamos de muita
força e estamos na luta para quebrar o preconceito que existe contra nós”, afirmou. Ela destacou o apoio recebido pela gerência do
estabelecimento prisional.
A apresentação do concurso, organizado pela policial penal e
coordenadora do pavilhão LGBT, Maria das Graças, contou com a
participação da Miss Musa Pernambuco, Bruna Mikaelly Barbosa,
e todas as participantes foram presenteadas. A artista plástica
Monica Maria de França também apoiou a iniciativa. O gerente do
PIG, Charles Belarmino, considera o concurso mais um grande
passo no respeito à diversidade. “Procuramos respeitar a dignidade de cada uma levando-a ao convívio dentro da cadeia através
do trabalho e cursos profissionalizantes”, explicou Belarmino.
Pavilhão – O PIG abriga presos do regime fechado e dispõe de
C
é pioneiro nas unidades prisionais do
Nordeste, e visto como uma quebra de preconceito e
valorização à mulher
um pavilhão específico para o público LGBT, mais conhecido
como Sem Preconceito, onde mulheres trans e travestis convivem
como se fosse numa casa, com tarefas diárias e praticamente sem
grades. Há 23 transexuais e travestis recolhidas no pavilhão
implantado em 2015.
ORIENTA MUNICÍPIOS ATINGIDOS PELAS CHUVAS NO SUDESTE
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equipe fará esse apoio durante toda essa semana e
será composta pelo coordenador de Engenharia
de Proteção e Defesa Civil, o tenente-coronel Leonardo Rodrigues, e o subcoordenador de Articulação e Gestão Operacional de Defesa Civil, o
major Vitoriano de Almeida.
De acordo com o secretário chefe da Casa
Militar, o coronel Carlos José “através desse convite feito pelo Ministério do Desenvolvimento
Regional Pernambuco poderá compartilhar a
expertise que possui nesse tipo de desastre e trazer
o que pode ser melhorado para as capacitações
com os nossos municípios, sobretudo na etapa de
preparação e prevenção a desastres naturais”.
E
no trabalho, Defesa Civil
de Pernambuco leva apoio às cidades
em situação de emergência
ou estado de calamidade