Vereador de Ribeirão das Neves suspeito de agredir a namorada é solto pela Justiça

A vítima teria recebido um tapa no rosto por se negar a ter relações sexuais com o namorado. Ela solicitou uma medida protetiva contra ele.

O vereador de Ribeirão das Neves Leandro Alves Rocha, de 43 anos, conhecido como Léo de Areias (PL), que foi preso em flagrante por suspeita de agredir a namorada no meio da rua, foi solto pela Justiça na manhã desta segunda-feira (30).

Segundo o boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), a vítima, de 25 anos, foi agredida neste domingo (29) com um tapa no rosto por se negar a ter relações sexuais com o político. A Polícia Civil pediu uma medida protetiva contra ele.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), foi feita uma audiência de custódia e concedida a liberdade provisória ao vereador.

No texto, a Justiça afirmou que, apesar da violência possivelmente praticada pelo vereador, não houve danos graves causados à vítima. Além disso, o juiz entendeu que não há registro de agressões anteriores cometidas por Léo Areias contra a mulher.

“Verifico que não há registro de ocorrência precedente entre os mesmos envolvidos (apesar da vítima expor episódio anterior), assim como inexiste medida protetiva em vigor anteriormente fixada ou advertências ao agressor de qualquer natureza, o que afasta a necessidade da prisão preventiva neste momento face a possibilidade de resguardo da ordem pública por meio de providências”, diz o texto da decisão.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que o vereador chegou a ser levado ao Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, mas recebeu liberdade em seguida.

Agressão
O caso aconteceu no bairro Menezes, na Grande BH, na madrugada deste domingo (29), por volta de 1h, em frente a casa da jovem. Ela relatou aos militares que, no momento que tentava sair do carro do namorado, recebeu um tapa e caiu no chão, machucando as mãos.

A vítima relatou que já foi agredida outras vezes pelo companheiro, com quem tem relação há cerca de três anos, e que ele tem o costume de colocar pessoas para persegui-la.

“Se não ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém”, dizia o parlamentar, segundo a namorada.
Os militares registraram no documento que o vereador estava com sinais de embriaguez. Ele, porém, negou ter agredido a namorada e afirmou que ela usou tijolos para danificar o seu carro.

A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante do político. Informou que ele segue à disposição da Justiça e que o caso seguirá em investigação. A audiência de custódia dele deve acontecer na manhã desta segunda-feira (30).

Reforçou, ainda, que expediu uma medida protetiva em favor da vítima e contra ele.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que o vereador chegou a ser levado ao Presídio Antônio Dutra Ladeira, mas a Justiça de Minas concedeu liberdade provisória em seguida.

Pelas redes sociais, a assessoria de Léo Areias divulgou que o vereador foi envolvido em um “incidente”, e que a ocorrência trata-se de uma controvérsia.

“Conforme o processo avance, será devidamente comprovado que esta situação não passa de uma intercorrência momentânea em sua trajetória”, disse a nota.
A assessoria da Câmara Municipal de Ribeirão das Neves também foi procurada, mas não se posicionou até o momento.

Ex-presidente da Casa Legislativa da cidade, Léo foi o 4º parlamentar mais votado nas últimas eleições municipais de Ribeirão das Neves, com 2.443 votos. No portal da Câmara, consta que o político é bacharel em administração de empresas.

Vereador de Ribeirão das Neves é preso suspeito de agredir a namorada

A vítima teria recebido um tapa no rosto por se negar a ter relações sexuais com o namorado. Ela solicitou uma medida protetiva contra ele.

O vereador de Ribeirão das Neves Leandro Alves Rocha, de 43 anos, conhecido como Léo de Areias (PL), foi preso em flagrante por suspeita de agredir a namorada, de 25 anos, no meio da rua, na madrugada deste domingo (29).

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi agredida com um tapa no rosto por se negar a ter relações sexuais com o político. A Polícia Civil pediu uma medida protetiva contra ele.

O caso aconteceu no bairro Menezes, na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por volta de 1 hora da manhã, em frente a casa da jovem. Ela relatou aos militares que, no momento que tentava sair do carro do namorado, recebeu um tapa e caiu no chão, machucando as mãos.

A vítima relatou que já foi agredida outras vezes pelo companheiro, com quem tem relação há cerca de três anos, e que ele tem o costume de colocar pessoas para persegui-la.

“Se não ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém”, dizia o parlamentar, segundo a namorada.
Os militares registraram no documento que o vereador estava com sinais de embriaguez. Ele, porém, negou ter agredido a namorada e afirmou que ela usou tijolos para danificar o seu carro.

A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante do político. Informou que ele segue à disposição da Justiça e que o caso seguirá em investigação. A audiência de custódia dele deve acontecer na manhã desta segunda-feira (30).

Reforçou, ainda, que expediu uma medida protetiva em favor da vítima e contra ele.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que o vereador chegou a ser levado ao Presídio Antônio Dutra Ladeira, mas a Justiça de Minas concedeu liberdade provisória em seguida.

Pelas redes sociais, a assessoria de Léo Areias divulgou que o vereador foi envolvido em um “incidente”, e que a ocorrência trata-se de uma controvérsia.

“Conforme o processo avance, será devidamente comprovado que esta situação não passa de uma intercorrência momentânea em sua trajetória”, disse a nota.

A assessoria da Câmara Municipal de Ribeirão das Neves também foi procurada, mas não se posicionou até o momento.

Ex-presidente da Casa Legislativa da cidade, Léo foi o 4º parlamentar mais votado nas últimas eleições municipais de Ribeirão das Neves, com 2.443 votos. No portal da Câmara, consta que o político é bacharel em administração de empresas.

 

Justiça determina afastamento do presidente da Emusa por descumprir ordem de reduzir número de servidores em comissão

Uma decisão da Segunda Câmara do Tribunal de Justiça do último dia 20/07 determinava que a Emusa, que ao final de 2021 possuía mais de 900 servidores comissionados, deveria manter em seus quadros um limite máximo de 300 funcionários nessa condição.

A 3ª Vara Cível de Niterói determinou, nesta quinta-feira (28), o afastamento compulsório de Antonio Carlos Lourosa de Souza Junior da presidência da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento de Niterói (Emusa).

A decisão é relativa a ação civil pública ajuizada pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania de Niterói que pedia que a Emusa adeque seu quadro de pessoal à legislação vigente.

O MP entendeu que Antonio Carlos Lourosa de Souza Junior não cumpriu a decisão nesse sentido e pediu seu afastamento.

“A ACP foi ajuizada após a Emusa, uma empresa pública municipal, descumprir determinações judiciais que a obrigavam a realizar concurso público para a contratação de pessoal e, observando as Leis de Transparência e de Acesso à Informação, conceder à população informações sobre suas receitas e despesas, por meio de seu portal”, diz o MP.

Uma decisão da Segunda Câmara do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro do último dia 20/07 determinava que a Emusa, que ao final de 2021 possuía mais de 900 servidores comissionados, deveria manter em seus quadros um limite máximo de 300 funcionários nessa condição.

“A subsunção estrutural da Emusa ao seu Regimento Interno é inegociável” diz a decisão, acrescentando que, se o regimento da empresa está ultrapassado, o está desde quando houve a primeira contratação acima do limite pré-autorizado. O Juízo ressalta ainda que não há discricionariedade administrativa no cumprimento de uma ordem judicial e que não há autofagia na decisão liminar.

“Os itens da tutela são plenamente passíveis de serem cumpridos concomitantemente e qualquer alegação em sentido contrário apenas denota a má-fé processual da defendente”, destaca outro trecho da decisão proferida nesta quinta-feira (28/09).

 

Polícia inglesa investiga Antony, do Manchester, por lesão, cárcere, perseguição e violência contra ex-namorada, dizem advogados

Defesa de Gabriela Cavallin falou ao g1 sobre acusações levadas à polícia de Manchester. Polícia brasileira também investiga denúncias contra Antony. Jogador nega crimes. Seleção Brasileira cortou atacante após repercussão.

A polícia inglesa está investigando, desde a semana passada, o jogador Antony, do Manchester United, por lesão, perseguição, violência doméstica e cárcere privado contra a ex-namorada, a DJ Gabriela Cavallin, informaram ao g1 os advogados que defendem os interesses dela na Inglaterra e no Brasil.

“Protocolei na quinta-feira [31 de agosto] a representação e em menos de 24 horas [1º de setembro, na sexta passada] ela [Gabriela] foi ouvida por videoconferência pela polícia de Manchester”, disse, nesta terça-feira (5), Vanessa Souza, advogada da DJ em Londres. “Já está investigando” se Antony cometeu “injuries, harassment, domestic abuse e kidnapping”.

Ainda de acordo com a advogada, o próximo passo da acusação será denunciar Antony na Inglaterra a um órgão similar ao Ministério Público (MP) no Brasil. “E hoje [terça] vou entrar com outra representação na Crown Prosecution Service [algo como a Promotoria de Justiça inglesa] com base no código de abuso doméstico”, afirmou.

A informação acima também foi confirmada ao g1 pelo advogado de Gabriela no Brasil, Daniel Bialski.

“Eu e Gabriela confiamos no trabalho da polícia de São Paulo. E aguardamos a finalização para ele ser processado e punido pelos crimes”, disse Bialski.
Se Antony for responsabilizado pelos crimes poderá ser punido com penas entre 6 meses a 26 anos de prisão, de acordo com os advogados.

Investigação no Brasil

No Brasil, a investigação contra Antony é feita pela Polícia Civil da capital paulista. Ela apura se o jogador cometeu violência doméstica, lesão corporal e ameaça contra Gabriela. A mulher voltou a morar na cidade após terminar o relacionamento com Antony, em junho deste ano. Eles namoraram por aproximadamente dois anos, entre meados de 2021 a 2023.

Antony, de 23 anos, responde às duas investigações em liberdade. Ele ainda não teria sido ouvido pelas autoridades inglesas, segundo os advogados de Gabriela. Na investigação brasileira, no entanto, o jogador prestou depoimento e negou as acusações.

O jogador classificou o relacionamento com a DJ como “tóxico” e motivado por ciúmes quando falou na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Tatuapé, Zona Leste da capital paulista. Foi nessa delegacia que Gabriela fez uma queixa contra ele depois de terminar o namoro com o atleta. Os dois ficaram juntos por dois anos, entre 2021 e 2023.

Antony alegou ainda aos policiais que se envolveu com Gabriela quando ainda era casado. Depois se separou da esposa. E que parte das brigas entre ele e a DJ acontecia por não quer assumir no início, publicamente, o namoro com ela.

Nas redes sociais, Antony se pronunciou oficialmente sobre a acusação de ter agredido Gabriela e negou ter cometido os crimes.

“Posso afirmar com tranquilidade que as acusações são falsas, e que a prova já produzida e as demais que serão produzidas demostram que sou inocente das acusações feitas. Minha relação com a Sra. Gabriela era tumultuada, com ofensas verbais de ambos os lados, mas jamais pratiquei qualquer agressão física”, escreveu o jogador em seu Instagram.

‘Batia minha cabeça no vidro do carro’
Gabriela também foi ouvida pela polícia paulista. Ela confirmou as acusações de que era agredida constantemente por Antony. A Justiça deu medida protetiva à DJ para que seu ex-namorado não se aproxime dela.

Em entrevista nesta semana ao g1, ela disse que o então namorado “puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava”. Na entrevista, a jovem de 22 anos classificou Antony como “tóxico, ciumento” e disse que ele a “xingava, tratava mal”, além de agredi-la, persegui-la e mantê-la em cárcere privado, ao não deixá-la sair de casa.

‘Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava’, diz ex-namorada sobre Antony, cortado da Seleção
A DJ Gabi Cavallin, como ela se apresenta nas redes sociais (tem quase 500 mil seguidores no Instagram), afirmou estar aliviada desde que decidiu terminar o namoro com o jogador e denunciá-lo à polícia.

“Com menos 100 kg nas costas. Posso ser eu mesma agora. Não preciso viver com medo de uma explosão dele”, declarou a jovem sobre como está se sentindo.
Ela também contou que ficou com uma sequela num dos dedos da mão em razão das agressões. E falou que chegou a perder um bebê quando estava grávida do atleta.

Um dia após o aborto, ocorrido por motivos desconhecidos, segundo Gabriela, a DJ falou que Antony foi a um show de pagode ao invés de lhe dar apoio (veja aqui trechos da entrevista).

O caso envolvendo Antony e Gabriela veio à tona novamente depois que o portal UOL mostrou na segunda-feira (4) novas provas das agressões do jogador contra a DJ: áudios e trocas de mensagens por celular entre eles. O conteúdo revelou que o atacante ofendeu e ameaçou a ex-namorada durante discussões no Brasil e no exterior.

Após a repercussão da notícia na mídia, Antony foi cortado ainda na segunda da Seleção Brasileira.

“Em função dos fatos que vieram a público nesta segunda-feira (04/09), envolvendo o atacante Antony, do Manchester United, e que precisam ser apurados, e a fim de preservar a suposta vítima, o jogador, a Seleção Brasileira e a CBF, a entidade informa que o atleta está desconvocado da Seleção Brasileira”, informou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio de nota divulgada à imprensa.
Ele havia sido convocado pelo técnico Fernando Diniz para a estreia do time nas eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo de futebol, em 2026.

Em junho a TV Record também já havia tratado do mesmo caso. Naquela ocasião, a emissora divulgou vídeos em que Gabriela mostra seus dedos feridos. A jovem acusava Antony de ter jogado nela uma taça, que a cortou.

A DJ também aparece com a cabeça machucada em uma fotografia. Segundo a mulher, o machucado é resultado de agressões do atleta contra ela.

‘Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava’, diz ex-namorada sobre Antony, desconvocado da Seleção

Gabriela Cavallin falou ao g1 sobre acusações que fez contra atacante do Manchester. Polícia Civil de SP o investiga por violência doméstica, ameaça e agressão. Jogador nega crimes; 

“Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava”, disse ao g1 Gabriela Cavallin sobre o ex-namorado, Antony Santos, jogador do Manchester United, da Inglaterra, que foi desconvocado pela Seleção Brasileira após novas denúncias de violência doméstica, agressão e ameaça contra ela serem divulgadas nesta segunda-feira (4) pela imprensa.

O portal UOL mostrou áudios e trocas de mensagens por celular entre Antony e Gabriela, que é DJ e influenciadora digital. O conteúdo revelou que o atacante ofendeu e ameaçou a ex-namorada durante discussões no Brasil e no exterior. Os dois ficaram juntos por dois anos, entre 2021 e 2023.

Em junho a TV Record também já havia tratado do mesmo caso. Naquela ocasião, a emissora divulgou vídeos em que Gabriela mostra seus dedos feridos. A jovem acusava Antony de ter jogado uma taça nela, que a cortou. A DJ também aparece com a cabeça machucada em uma fotografia. Segundo a mulher, outro resultado de agressões do atleta contra ela.

O ge e o g1 também tiveram acesso ao mesmo material na segunda. Numa das mensagens trocadas por celular, Antony escreveu a ela: “Tomara que você morra”.

Ainda nesta segunda Gabriela aceitou conversar com o g1. Na entrevista, a jovem de 22 anos classificou Antony como “tóxico, ciumento” e que a “xingava, tratava mal”, além de agredi-la, persegui-la e mantê-la quase que em cárcere privado.

A DJ Gabi Cavallin, como ela se apresenta nas redes sociais (tem quase 500 mil seguidores no Instagram), afirmou estar aliviada desde que decidiu terminar o namoro com o jogador e denunciá-lo à polícia.

“Com menos 100 kg nas costas. Posso ser eu mesma agora. Não preciso viver com medo de uma explosão dele”, declarou a jovem como está se sentindo.
Ela também contou que ficou com uma sequela num dos dedos da mão em razão das agressões. E falou que chegou a perder um bebê quando estava grávida do atleta. Após o aborto, ocorrido por motivos desconhecidos, segundo Gabriela, a DJ falou que Antony foi a um show de pagode no dia seguinte ao invés de lhe dar apoio (veja abaixo trechos da entrevista).

BO por violência doméstica

Ainda em junho, quando voltou a São Paulo, Gabriela registrou boletim de ocorrência por violência doméstica contra Antony na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Tatuapé, Zona Leste da capital paulista. Segundo a vítima, os crimes ocorreram no período em que os dois estiveram juntos.

A Polícia Civil já ouviu os depoimentos da vítima e do atleta de 23 anos. Além disso, continua ouvindo depoimentos de outras testemunhas do caso.

“Eu e Gabriela confiamos no trabalho da polícia de São Paulo. E aguardamos a finalização para ele ser processado e punido pelos crimes”, disse o advogado Daniel Bialski, que defende os interesses da DJ. Ele também pretende levar as queixas das agressões de sua cliente contra Antony para as autoridades na Inglaterra investigarem.
A DJ também solicitou medida protetiva à Justiça contra Antony. Ela e o jogador de futebol se conheceram em junho do ano passado. E começaram a namorar em setembro de 2022.

CBF corta Antony, que nega agressões

Ainda nesta segunda, Antony foi desconvocado da Seleção pelo técnico Fernando Diniz. Ele havia chamado o atacante para a estreia do time nas Eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo de futebol, de 2026. O motivo do corte foram as novas denúncias sobre agressões cometidas pelo atleta contra Gabriela, e que acabaram divulgadas na mídia.

“Em função dos fatos que vieram a público nesta segunda-feira (04/09), envolvendo o atacante Antony, do Manchester United, e que precisam ser apurados, e a fim de preservar a suposta vítima, o jogador, a Seleção Brasileira e a CBF, a entidade informa que o atleta está desconvocado da Seleção Brasileira”, informou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio de nota divulgada à imprensa.
Nas redes sociais, Antony se pronunciou oficialmente sobre a acusação de ter agredido Gabriela, mas negou ter cometido os crimes.

“Posso afirmar com tranquilidade que as acusações são falsas, e que a prova já produzida e as demais que serão produzidas demostram que sou inocente das acusações feitas. Minha relação com a Sra. Gabriela era tumultuada, com ofensas verbais de ambos os lados, mas jamais pratiquei qualquer agressão física”, escreveu o jogador em seu Instagram.
Antony foi revelado pelo São Paulo, em 2018, e vendido ao Ajax, da Holanda, em 2020. Em 2022, foi negociado com o Manchester United por 100 milhões de euros (cerca de R$ 504 milhões), numa das maiores compras da história do clube inglês.

Nesse período o atacante passou a ser convocado corriqueiramente pela Seleção Brasileira e disputou a última Copa, no Catar, em 2022.

Sobre como está se sentindo
“Eu tô muito assustada e com emocional ruim por tudo que está acontecendo, estou meio que com crise de ansiedade de aparecer, sabe? Me sinto mal, sabe? Não sei explicar. Sem ar, tremedeira. É difícil relembrar e contar tudo várias vezes.”

Quando decidiu denunciar Antony?
“Em junho, por saber que ele viria ao Brasil de férias. Eu só denunciei, inicialmente, porque queria uma medida protetiva.”

Como conheceu o jogador?
“Em um churrasco, na casa de um amigo em comum, no Brasil, nas férias dele de 2021.”

E depois começaram a namorar?
“Em setembro. Conheci ele em junho.”

Foi morar com ele?
“Fui morar em Amsterdam [na Holanda], não com ele. No meu apartamento.”

Como Antony era no relacionamento
“Ele era tóxico, ciumento. Mas eu achava que era normal. Achava que era porque ele gostava muito de mim, que era cuidado… Não via maldade no começo.”

Relação abusiva
“Só percebi quando já tava correndo um grave risco. Realmente só me dei conta de que o pior poderia acontecer no dia da última agressão: 8 de maio [de 2023].”

Quantas vezes foi agredida?
“Uma quando estava grávida e no ano de 2023 mais quatro vezes.”

Grávida de quantos meses? O que ele fez contra você?
“Três [meses de gravidez]. Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava.”

Perdeu o bebê com quantos meses? Por qual motivo?
“Quatro [meses]. Minha bolsa rompeu. Não sei por qual motivo. Não foi definido.”

Como Antony reagiu ao saber da gravidez e da perda do bebê
“Bem, mas tinha dias e dias… Uns dias ele estava muito feliz, fazendo planos, chorava de felicidade. No outro, me xingava, tratava mal, me batia. Me falou que estava triste, que sentia muito por tudo, ele estava em Amsterdam, e eu, no Brasil. Mas no dia seguinte ele tava no show da turma do pagode.”

Onde ocorreram as agressões
“Quando eu estava grávida, no Brasil. Em 2023, em Manchester, as seguintes: na casa dele e uma em um apartamento/hotel que eu morava.”

Confusão na quadra de futebol da casa dele
“Foi a última agressão na casa dele, quando ele cortou minha cabeça e fez isso com meu dedo. A mãe e os amigos dele trancaram ele dentro da quadra de futebol para ele não me bater mais. Porque ele tentava vir para cima de mim e continuar as agressões a todo custo. E eu fiquei do lado de fora da grade, cercada pelos amigos dele. Até o fisioterapeuta dele chegar e me ajudar.”

Quadra de futebol e bolas de futebol
“Não é uma jaula. É uma quadra de futebol cercada por uma grade de ferro, simulando um alambrado. Ela parece uma jaula pela estética. Mas não é uma jaula. Ele me prendeu dentro da casa. Trancou as portas para que eu não saísse. Sim, teve momentos que eu fiquei trancada dentro da quadra para ele não me bater, e ele pra fora. Depois que eu saí, ele entrou na quadra, trancaram ele. E ele ficava chutando as bolas de futebol em mim. Ficou chutando as bolas de dentro da quadra para fora, tentando me acertar.”

Por qual motivo ele te prendeu dentro de casa?
“Ele não queria deixar eu ir no hospital, nem ir embora, nem ir na polícia.”

Família e amigas
“Hoje moro com uma amiga e minha mãe sempre está perto me visitando. E vice-versa aqui no Brasil.”

O que aconteceu com o dedo ferido
“Ele quebrou uma taça de vidro na minha mão.”

Precisou tomar pontos no dedo?
“Quando fui no hospital, já era tarde. Não dava mais tempo de dar ponto.”

E como está hoje seu dedo? Teve alguma sequela, cicatriz?
“Ele não estica por completo. Nem dobra por completo. Inclusive ele [Antony] sabe o que fez.”

Sobre voltar a ser DJ e ter deixado a profissão durante o namoro
“Não voltei pois meu dedo está machucado. Abri mão da minha vida para poder ir morar com ele [Antony] e acompanhar ele.”

Como se sente depois de ter terminado esse relacionamento com ele?
“Com menos 100 kg nas costas. Posso ser eu mesma agora. Não preciso viver com medo de uma explosão dele.”

Gostaria de dizer algo às mulheres que vivem esse tipo de relação?
“Me sinto muito triste, não só por mim, mas por tudo que minha mãe passou vendo e sabendo. Tentando me tirar disso, e eu brigando com ela para defender ele. Me sinto muito pior pelo que minha mãe passou mesmo… Não imagino a dor e tristeza dela. Noites sem dormir preocupada. Acho que temos que ser fortes para sair disso o quanto antes, para que não acabe da pior forma.”

Relação opressiva
“Sim, foi difícil. E muito triste. Quando terminei com ele, estava com 49 kg e com anemia forte. Nem comia mais. Mal bebia água. Só para pontuar: ele tem outro boletim por agressão.”

Contra outra pessoa?
“Sim. Ano passado. Acho que já falei bastante. Eu realmente me sinto mal de repetir tudo.”

Investidores denunciam calote da empresa Grow Up

Empresa criada por Gleidson da Costa na região do “Novo Egito” no RJ não paga investidores desde janeiro, após prometer retornos de até 10% ao mês

A Grow Up, empresa que captava dinheiro dos investidores com a promessa de entregar rendimentos acima do normal com o suposto trade de criptomoedas, está sendo acusada por um grupo de cerca de 300 clientes de ter aplicado um golpe ao deixar de pagar os rendimentos prometidos aos investidores desde janeiro deste ano.

A empresa acusada de calote foi criada por Gleidson da Costa Gonçalves em 2019 e mirava investidores de Campos dos Goytacazes (RJ), ao norte de Cabo Frio — região que ganhou o apelido de ‘Novo Egito’ pelo grande número de pirâmides financeiras que se proliferaram na área, sendo a GAS Consultoria, do “Faraó do Bitcoin”, a mais famosa delas.

Enquanto os concorrentes da região aos poucos iam sendo derrubados pela Polícia Federal, a Grow Up continuou operando. Na virada do ano, no entanto, a empresa começou a apresentar problemas, na mesma época em que outra pirâmide financeira famosa, a Braiscompany, deixou de pagar os clientes.

Desde então, pessoas que se dizem lesadas por Gleidson Costa se organizam para cobrar das autoridades que a Grow Up seja investigada da mesma forma que as pirâmides concorrentes, que foram alvos de operações da Polícia Federal nos últimos tempos.

A movimentação parece já ter gerado um resultado parcial. Na última quarta-feira (28), o deputado federal Caio Vianna (PSD/RJ) apresentou um requerimento para que Gleidson Costa seja convocado para prestar esclarecimentos na CPI das Pirâmides Financeiras, que investiga os principais golpes aplicados com uso de criptomoedas no Brasil.

Na justificativa para a intimação, o deputado descreve que “sob a alegação de problemas operacionais, o presidente da empresa, Gleidson Costa, tem sido incapaz de cumprir com as obrigações financeiras assumidas com os investidores, causando prejuízos significativos.”

“Considerando a possível caracterização da Grow Up Club como mais um caso de pirâmide financeira, é imprescindível o convite de seu presidente para prestar esclarecimentos perante esta CPI”, acrescenta Vianna.

A convocação ainda precisa ser aprovadas pelos integrantes da comissão, prevista para se reunir na próxima semana.

Clientes se unem para denúncia coletiva

Um grupo de 14 investidores que, juntos ,perderam R$ 1,5 milhão investindo com Gleidson, fez um boletim de ocorrência coletivo na 134ª Delegacia de Polícia de Campos dos Goytacazes, acusando Gleidson de estelionato — crime que desde que entrou em vigor a Lei de Criptomoedas (Lei 14.478/22) resulta em punição ainda maior caso envolva ativos digitais. 

Um desses investidores é Maicon Moreira, que relatou ter perdido R$ 130 mil no esquema. Segundo ele, o dinheiro “faz muita falta para toda família”, já que além dele, sua irmã e pai também investiram com Gleidson por sua influência.

Ele organizou junto com os outros investidores um relatório de denúncia para basear o boletim de ocorrência, que também foi enviado para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Federal (MPF). 

“Recentemente também fomos à Delegacia de Defraudações cobrar agilidade das autoridades. Lá fomos informados que será concluído o relatório e a prisão do Gleidson será pedida já que ele não compareceu na delegacia para prestar esclarecimentos”, afirmou Moreira.

Outros dois investidores ouvidos pela reportagem, também abriram separadamente boletins de ocorrência contra Gleidson e também aguardam uma solução.

Um deles, que pediu para não ter o nome revelado, afirmou ter R$ 120 mil presos na Grow Up. “Era o dinheiro meu e da minha esposa, que está passando por um processo extremamente delicado de fertilização in vitro, que custa hoje cerca de R$ 40 mil. Uma das coisas que tínhamos planejado com esse recurso colocado na Grow Up era custear esse tratamento”, relata o investidor lesado. 

“Nós, clientes, esperamos que a justiça seja feita e que os pagamentos sejam realizados. Caso não sejam, que ele pelo menos mostre as provas da real limitação”, acrescenta o investidor. Ele diz que Gleidson não foi capaz de provar de maneira concreta as supostas contas bancárias bloqueadas e a limitação de saques de corretoras – que p dono da Grow Up culpa pelos atrasos de pagamento, uma estratégia semelhante à seguida pelos criadores da Braiscompany

Esse investidor afirma que se reuniu com sócios da Grow Up, que lhe confirmaram terem sido intimados a depor na delegacia. Na ocasião, eles alegaram não saber do paradeiro de Gleidson — que centralizava as operações da Grow Up —, sugerindo que ele deixou Campos dos Goytacazes.

Em abril, Gleidson enviou aos clientes um áudio no Telegram para passar informações sobre a empresa, em que negava ter deixado a cidade e ter sido intimado a depor. O investidor ouvido pela reportagem conta que, no mesmo dia que Gleidson negou ter se mudado, foi até o condomínio do empresário. Lá, o porteiro disse que Gleidson não estava mais morando no local.

Desde então, o empresário acusado de dar calote se mantém em silêncio. Seu perfil do Instagram, onde ele se vendia como um grande empresário e postava montagens ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo, segue parado desde dezembro do ano passado.

Como a Grow Up operava

A Grow Up operava de forma similar à empresa do agora foragido Antônio Neto Ais que, segundo fontes familiarizadas com o assunto, era uma grande inspiração para Gleidson.

A Grow Up também tinha um suposto serviço de “aluguel de criptomoedas” de diferentes modalidades. Uma delas era o “Plano Plus”, em que o investidor fazia um aporte que lhe gerava rendimentos variáveis, que deveriam chegar a até 10% ao mês.

A empresa também promovia uma espécie de “consórcio”, em que clientes faziam depósitos mensais por um ano. Na chegada do 12º mês, o investidor deveria ser capaz de sacar o aporte inicial, mais uma rentabilidade de 25% sobre o valor. Ou seja, se o cliente depositasse R$ 24 mil para a empresa, em parcelas de R$ 2 mil por mês, no final de um ano ele sacaria um total de R$ 30 mil, aproveitando um lucro de R$ 6 mil.

No contrato do consórcio visto pela reportagem, a Grow Up diz que sua missão é “levar as pessoas ao conhecimento dos ativos digitais e suas oportunidades de ganhos através do mercado internacional de moedas”, afirmando ser capaz de gerar esses lucros acima da média graças aos “esforços e observações de profissionais qualificados em operações automatizadas”, sem mencionar por quem e como o capital do investidor seria alocado.

Vale lembrar que a Grow Up não possui qualquer autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para captar dinheiro dos investidores com a promessa garantida de entregar ganhos — prática que pode ser enquadrada como oferta irregular de valores mobiliários.

Trading Farm

Um outro esquema usado por Gleidson para captar dinheiro era o serviço Trading Farm, no qual prometia entregar em 120 dias um rendimento fixo de 48% sobre depósitos de Tether (USDT), a stablecoin pareada ao dólar.

Neste serviço, os rendimentos supostamente eram gerados a partir da mineração de USDT e outras criptomoedas, que seria realizada em quatro galpões de mineração localizados em Washington, nos EUA. 

Aqui surge o outro sinal vermelho da oferta, uma vez que USDT não é uma criptomoeda que pode ser minerada. Já se tornou um problema reconhecido no setor os golpistas que usam a falta de conhecimento de novatos para promover esse suposto tipo de serviço.

Esse serviço em específico foi oferecido por Gleidson através de seu curso “Minas de Ouro Secreta” — vendido por R$ 700 antes de ser disponibilizado (e depois excluído) no YouTube —, em que ele dizia ensinar investidores a ficarem ricos por meio da Trading Farm.

Seus “alunos” eram então levados a firmar contratos de 30, 60, 90 e 120 dias nesse esquema em que, quanto maior o período do investimento, maior era o suposto retorno. Um contrato de 30 dias, por exemplo, dava 12% de lucro; 60 dias a lucratividade subia para 24%, 90 dias para 36%; e 120 dias para 48%.

Clientes lesados informaram que Gleidson ainda vendia vários outros serviços de investimentos, igualmente suspeitos. 

Entre eles estava a “Fazendinha”, serviço em que ele que dizia pagar de 8% a 20% no mês sobre o capital investido pelo cliente nos rigs de mineração que ele tinha na própria casa; “Dividendos Americanos”, onde o Gleidson recebia USDT do cliente para investir em fundos americanos; e a “Alavancagem China”, no qual Gleidson investia o capital dos clientes no mercado de opções binárias usando supostas técnicas de manipulação chinesa que ele havia pago R$ 200 mil para aprender. 

Como era de se esperar, essas promessas de lucros fáceis não demorariam muito para cair por terra.

O início do fim

Os pagamentos dos esquemas de Gleidson começaram a ser interrompidos entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, em todos os serviços que promovia.

No caso da Trading Farm, a suspensão dos pagamentos aconteceu quando a FTX quebrou e a empresa alegou que não poderia fazer os pagamentos para “proteger os clientes”. Em seguida, disse que para voltar os pagamentos, precisaria confirmar os endereços cripto de todos os clientes de novo.

“Passou três, quatro, cinco meses, e nada dos pagamentos. O suporte da Trading Farm parou de responder email e o Gleidson, sempre nos grupos do Telegram, ficava pedindo que nós aguardassemos. Ele falou que confiava tanto na Trading Farm que mesmo após o bloqueio dos saques, colocou mais US$ 20 mil na empresa. Depois, o Gleidson diz que não tinha nada a ver com a Trading Farm e que não poderia ser responsabilizado pela empresa”, disse Siqueira. “Desde então, a enrolação continua, estamos até hoje sem saques.”

O investidor aponta que, todos os pagamentos dos outros negócios de criptomoedas promovidos por Gleidson também pararam de pagar os clientes. No caso do aluguel de criptomoedas promovido pela Grow Up, as desculpas apresentadas eram bloqueios de contas bancárias da empresa e limitações de saque pelas plataformas usadas para trade.

Apesar dos problemas operacionais, a empresa garantiu repedidas vezes aos investidores que possui recursos suficientes para dar continuidade a suas atividades, mas sem informar uma data de quanto pretende retomar dos pagamentos.

Não defendo crimes, defendo pessoas, diz advogada de Monique Medeiros

A morte de Henry Borel, 4, completa dois meses neste sábado (8). O caso, tratado pelos investigadores como um homicídio triplamente qualificado, ganhou as manchetes de todo o Brasil e repercutiu em mais de 40 países.

O enredo trágico causou comoção nacional e continua sendo um dos assuntos mais comentados do País. Nas redes sociais, amálgamas de sentimentos levaram a comentários nem sempre condizentes com os princípios fundamentais de um Estado democrático de direito.

Advogados e advogadas que atuam no caso, com frequência, têm sido alvos de críticas.

Diante dessa situação, a criminalista Thaise Mattar Assad, que atua na defesa da mãe de Henry, Monique Medeiros, usou as mesmas redes sociais para fazer um desabafo: “Não defendo crimes, defendo pessoas”.

A advogada diz que a missão da advocacia criminal nem sempre é compreendida pela sociedade, mas mantém-se firme em defender o direito de defesa, previsto no artigo 5º da Constituição Federal.

Em entrevista ao Paraná Portal, Thaise Mattar Assad compartilha reflexões sobre direito penal, garantias fundamentais, cidadania, cultura do punitivismo, entre outros assuntos. Confira os principais trechos.

Paraná Portal/UOL: Como a sra. compreende o direito de defesa?

Thaise Mattar Assad: A missão da advocacia criminal é incompreendida pela sociedade. E a sociedade nem sempre consegue entender que quando o advogado ou advogada criminalista está atuando, o faz em defesa da cidadania e da sociedade. Então, é elementar que a gente consiga estabelecer essa mediação entre o cidadão e o Estado. O advogado ou a advogada criminalista é esse elo, e o direito de defesa é essencial.

Ninguém está livre de responder a um processo criminal. É algo que pode acontecer com qualquer pessoa e, se acontecer, eu quero que existam regras nesse jogo processual. Então, essa lógica de regras é o nosso Código de Processo Penal. Existe um procedimento a ser seguido, como se fosse uma receita de bolo. Todo processo deve cumprir os passos determinados pra que a gente tenha um método respeitável, respeitado, e que a gente consiga dizer que aquele procedimento seguiu o princípio do devido processo legal, e não uma farsa processual.

A regra do jogo tem que ser respeitada e aplicada por todos. Não podemos bradar por um processo penal punitivista, que não respeita as regras do jogo, que não respeita a ampla defesa e o direito de defesa, porque eu, você, ou qualquer um está sujeito a sentar no banco dos réus ou ser perseguido pelo Estado. A gente tem que ter muito cuidado com o que deseja num processo penal e desejar um procedimento democrático e legal. Direito de defesa é elementar: é o direito de todo cidadão saber se está sendo investigado, por que está sendo investigado e ter acesso a uma investigação. Eu só consigo refutar uma prova e efetivar o contraditório se eu tiver acesso e puder falar.

PP: Garantir que o processo respeite o princípio do devido processo legal também evita que o resultado do julgamento seja contestado no futuro?

Thaise Mattar Assad: Quando a gente vê uma grande operação sendo anulada pelo STF, por exemplo, ou pelos tribunais superiores, que analisam questões processuais, a gente vê todo um trabalho de polícia, de Ministério Público e de advocacia também sendo jogado fora. A sociedade fica revoltada quando isso acontece, mas a pergunta que eu faço é: “por que que isso acontece? Por que só nos tribunais superiores reconhecem algumas nulidades?”

Em muitos casos, várias dessas nulidades já foram arguidas com juízes de primeiro grau ou nos tribunais de justiça e não foram reconhecidas. E quem tá bradando por isso? A advocacia.

Às vezes só reconhecem nulidades muito tempo depois, quando o processo está se encerrando, depois que o advogado já cansou de gritar. E isso a sociedade enxerga como algo ruim, como se o advogado tivesse encontrado uma “brecha na lei”. Isso gera uma sensação de descrédito sobre o judiciário porque não observou uma regra processual que deveria ter sido analisada no princípio.

PP: Como você interpreta a punição, a cultura do punitivismo e o sistema penitenciário?

Thaise Mattar Assad: Hoje, a nossa missão de reformar é completamente falida. Nós falhamos nisso e não sabemos o que fazer com essas pessoas . Então, elas acabam saindo piores, e assim vemos que o processo penal, na verdade,é uma máquina de moer gente. É um processo penal que ele só serve pra gerar dor e sofrimento nas pessoas, seja na vítima, seja no acusado, em todos.

É um processo que a gente não pode falar ganhadores. Ninguém sai ganhando um processo penal.

PP: Como sociedade, será que temos medo de discutir mudanças na forma de punição? Por vezes, não prevalece o desejo de vingança sobre a justiça?

Thaise Mattar Assad: Por parte do Poder Judiciário eu acredito que isso é a algo a ser pensado. De fato, a gente enxerga muito isso no Tribunal do Júri, por exemplo. Com os jurados ali, num momento em que a eles é dada a confiança de decidir o destino daquela pessoa que está sendo julgada, muitas vezes a gente vê ali uma oportunidade que eles têm de dizer assim: “bom, agora eu vou fazer justiça, agora é o momento que eu vou aqui, efetivamente, fazer alguma coisa, porque o Brasil é o país da impunidade”.

Vemos até promotores usando muito esse discurso. Às vezes em plenário, no júri; ou de forma midiática; ou, de forma não tão técnica, se valem do discurso da Lava Jato para amplificar uma grande falácia.

Como que o Brasil é o país da impunidade sendo um dos países que mais prende no mundo? A população carcerária do Brasil é absurda. Não é o país da impunidade. A gente precisa abandonar alguns discurso punitivistas e mentirosos que ainda pairam no inconsciente coletivo. Ao mesmo tempo, a gente precisa dar um pouco de realidade pra essas pessoas do que efetivamente acontece, de como as coisas são e como elas funcionam.

PP: Por fim, como você compreende seu papel e por que escolheu atuar na área criminal?

Thaise Mattar Assad: Eu sigo nessa missão porque eu faço algo que eu acredito. Se eu aceito uma defesa, ou se eu sento na cadeira da acusação, é porque eu acredito naquela causa que eu estou trabalhando, na minha missão enquanto advogada e tenho muito a fazer pela sociedade e pelos meus clientes.

Então, toda causa tem uma história própria. Diferentemente de uma pessoa que integra o serviço público, eu tenho o poder de dizer: “vou trabalhar nessa causa” ou “não vou trabalhar nessa causa”, isso é algo que precisa ser dito. Um promotor de justiça, um delegado de polícia ou um juiz não podem escolher a causa que vão trabalhar. Ainda que alguns tentem, eles não podem escolher.

Eu posso escolher. Na advocacia privada, eu tenho essa prerrogativa de escolher. Isso me faz seguir porque eu trabalho fazendo aquilo que eu acredito na minha missão enquanto advogada. E eu não estou dizendo que só atuo para pessoas inocentes, ou só para pessoas que me contam a verdade. Não. Eu trabalho confiando e acreditando naquilo que eu posso fazer processualmente e naquilo que me compete dentro da minha atuação.

Trio é flagrado com 17 tijolos de maconha chegando em Santa Maria

Fotos: Maurício Barbosa
Tijolos de maconha estavam em um saco preto. Veículo retornava de Porto Alegre quando trio foi flagrado chegando em Santa Maria 

Três pessoas foram detidas após serem flagradas com 17 tijolos de maconha na madrugada desta sexta-feira em Santa Maria. O trio estaria retornando de Porto Alegre, de onde trouxeram a droga. Um casal de adolescentes que estava no carro foi apreendido e o motorista foi preso em flagrante.  

A informação sobre o trio ter ido buscar a droga na Capital foi repassada pelo setor de inteligência do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) da Brigada Militar (BM), que repassou às guarnições que estavam de serviço. Os policiais monitoraram as rodovias de chegada à cidade e realizaram a abordagem na ERS-509, a Faixa Velha de Camobi, próximo ao Trevo do Castelinho. 

Todos foram levados à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), eo delegado plantonista Márcio Schneider determinou a prisão em flagrante do motorista. O casal de adolescentes foi entregue aos responsáveis.   

O adolescente apreendido nesta ação, foi flagrado também, na semana passada, em outra preensão da Brigada Militar na Vila Lídia. Na ocorrência, foram apreendidos 5 kg de maconha, 150 gramas de cocaína, um revólver calibre 32 e uma espingarda calibre 12. A ação desta sexta-feira, faz parte da Operação Avante Homicídios, deflagrada nesta quarta-feira pela BM para combater a criminalidade em Santa Maria. 

 

CPI da Covid: lobista que fugiu dos senadores deve depor dia 15

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), assegurou, nesta sexta-feira (3/9), que Marconny Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos, prestará depoimento em 15 de setembro. O senador também garantiu que Marco Tolentino, suspeito de ser sócio oculto do FIB Bank, teve a oitiva agendada para 14 de setembro. Ambos deveriam ter comparecido ao Senado na quinta-feira passada.

Segundo Aziz, os advogados de Marconny entraram em contato com ele confirmando a data da oitiva, mas, mesmo assim, o senador disse que manterá os pedidos de condução forçada. Caso o convocado não compareça dia 15, o presidente da CPI pediu “a imediata condução coercitiva com o uso da força policial necessária”.

O parlamentar também confirmou que, em 14 de setembro, a CPI planeja recolher o depoimento de Tolentino — que apresentou, assim como Faria, um atestado médico alegando sua incapacidade de comparecer ao Senado —, apontado como “sócio oculto” da empresa FIB Bank, que está na mira do colegiado. O comando da comissão, no entanto, desconfiou da incapacidade de Tolentino após, no mesmo dia em que estava prevista sua oitiva, ter participado de uma entrevista para o portal O Antagonista mesmo estando internado, em São Paulo, no hospital Sírio-Libanês. Tolentino, porém, é considerado figura menor, pois sua atuação, em tese, se restringiria à capacidade financeira do FIB Bank, que não é banco nem seguradora, mas apresentou uma carta fiança de aproximadamente R$ 81 milhões para que a Precisa pudesse fechar o contrato de R$ 1,6 bilhão para a venda da vacina Covaxin com o Ministério da Saúde. O que a comissão quer, mesmo, é desfiar o fio das conexões de Marconny.

Peça-chave

O lobista passou a ser peça-chave não apenas do contrato entre a Precisa e o ministério, mas em episódio que envolve o núcleo próximo de Jair Bolsonaro. Isso porque ele teria proximidade com a advogada Karina Kufa, com o quarto filho do presidente, Jair Renan, e com a mãe dele, Ana Cristina Valle — cujo requerimento para que deponha à CPI foi apresentado, ontem, pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Na sessão de quinta-feira, depois que os senadores decidiram fazer uma sessão secreta, no retorno dos trabalhos que vinham sendo transmitidos pela tevê, a CPI expôs parte dos relacionamentos de Marconny. O primeiro a ser exibido foi com a ex-mulher de Bolsonaro, com base nos conteúdos de conversas do celular do lobista, apreendido na Operação Hospedeiro e repassado pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF) à comissão. Os diálogos apontam que Ana Cristina Valle tinha fechado uma parceria com Marconny para nomeações em órgãos públicos — além do Ministério da Saúde, ele teria pedido ajuda dela para influenciar na escolha do defensor público da União junto ao então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. O lobista supostamente teria interesse que o defensor público Leonardo Cardoso ocupasse a vaga.

Ana Cristina escreveu a Oliveira a solicitação: “Bom dia meu amigo (sic) venho lhe pedir um apoio ao candidato Dr Leonardo Cardoso de Magalhães para assumir o cargo de Defensor Público-Geral Federal da Defensoria Pública da União. É um candidato alinhado com os nossos valores, técnico e apoiador do Jair, sei que os outros dois candidatos são de esquerda, se puder fazer isso por mim serei muito grata um abraço”.

Na sequência, a ex-mulher de Bolsonaro dá retorno a Marconny: “Boa tarde, meu amigo, estive com o Jorge passei o caso prometeu que cair (sic) ver com carinho e coloquei na conta do Renan tbm agora vou esperar um pouco e cobrar ok bj (sic)”. Bolsonaro, porém, escolheu Daniel Macedo para o cargo.
Ainda pelos registros dos diálogos repassados à CPI pelo MPF, Marconny mantinha estreito contato com Jair Renan desde 2019. As conversas derivaram para negócios depois que a advogada do presidente, Karina Kufa, apresentou o lobista ao 04 e à mãe dele.

Negócios

De acordo com as conversas, Marconny e Jair Renan decidiram que um negócio poderia ser construído em 17 de setembro do ano passado. Ele fez contato com 04 para tratar de um contrato dele.
“Bora resolver as questões dos seus contratos! Se preocupe com isso. Como te falei, eu e o William (de Araújo Falcomer dos Santos, advogado) estamos à sua disposição para ajudar te ajudar”, escreveu Marconny.

“Show irmão. Eu vou organizar com Allan (Lucena, ex-personal trainer do filho do presidente)a gente se encontrar e organizar tudo” — responde Jair Renan, que ainda fala de um processo para registrar a marca no Instituto Nacional de propriedade| Industrial (INPI) e se cadastrar como micro-empreendedor individual (MEI). Na sequência, o lobista manda mensagem para Falcomer, que o representa na CPI, perguntando se pode marcar uma reunião entre eles. Recebe sinal verde. Poucos dias depois, em novo contato com o advogado, pede que passe a ele a localização do escritório para que a remetesse a Jair Renan a fim de que pudessem se encontrar. (Colaboraram Fabio Grecchi e Tainá Andrade)

Silas Malafaia é indiciado por participar de esquema ligado a royalties da mineração

Silas Lima Malafaia “se locupletou com valores de origem ilícita”. Com esse contundente despacho, a Polícia Federal – em relatório de conclusão de inquérito obtido com exclusividade por ISTOÉ – indiciou o pastor da Assembleia de Deus por lavagem de dinheiro e participação num esquema de corrupção ligado a royalties da mineração.

Malafaia é cidadão de bem. Líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, é um defensor ferrenho do bolsonarismo nas redes sociais e nos púlpitos da igreja.

Em 16 de dezembro, ele foi alvo de condução coercitiva pela Operação Timóteo. O nome da operação se baseia em um dos livros do Novo Testamento da Bíblia, a primeira epístola a Timóteo. No capítulo 6, versículos 9-10, está escrito: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”.

A Polícia Federal transcreveu o trecho na representação judicial que deu origem à operação. Pelo visto, para o delegado Leo Garrido de Salles Meira, autor do indiciamento, Silas Malafaia caiu em tentação. Agora, o pastor, proverbial arauto da moral e dos bons costumes, terá de explicar aos seus fiéis seguidores porque se dobrou aos pecados da carne.

 

ENTENDA O CASO

A investigação detectou que um cheque do escritório de advocacia de Jader Pazinato, no valor de R$ 100 mil, foi depositado na conta de Malafaia.

Pazinato, segundo a PF, teria recebido recursos ilícitos desviados de prefeituras e repassado propina, por isso também foi indiciado por corrupção ativa e peculato. O indiciamento significa que a autoridade policial encontrou elementos para caracterizar a ocorrência de crimes.

Além de Malafaia, a PF indiciou outros 49 investigados, dentre eles o ex-diretor do DNPM Marco Antônio Valadares e Alberto Jatene, filho do governador do Pará, Simão Jatene.

Em entrevista concedida após sua condução coercitiva, Malafaia argumentou que um colega de outra igreja apresentou-o a um empresário que queria lhe fazer “uma oferta pessoal”, depositada em sua conta.

“Não sou bandido, não tô envolvido com corrupção, não sou ladrão”, declarou à época. Procurado, o advogado de Pazinato, Daniel Gerber, preferiu não comentar.

Ex-dirigente do DNPM, Marco Antônio Valadares foi indiciado como líder da organização criminosa, acusado de corrupção passiva e peculato, dentre outros crimes. Seu advogado, Fernando Brasil, nega o envolvimento com corrupção. “Ele foi vítima de um relatório fantasioso, baseado na divergência de valores entre o seu salário e a aquisição de um imóvel”, disse.

O episódio envolvendo Alberto Jatene também chamou a atenção dos investigadores. Assessor jurídico do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, ele recebeu R$ 750 mil de Pazinato nas contas de suas empresas. Para o delegado Leo Garrido, o pagamento foi efetuado por que o cargo ocupado por ele poderia render “facilidades” ao grupo criminoso.

Com base nesses elementos, a PF indiciou Alberto Jatene por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Organização criminosa

Segundo o relatório da PF, contratos fraudulentos com prefeituras eram usados para desviar recursos de arrecadação da mineração. Para isso, eram usadas empresas e escritórios de advocacia.

“Considerando toda a engrenagem criminosa, com estrutura ordenada que passa por quatro etapas distintas – da captação dos contratos até o branqueamento dos valores – tendo os personagens de cada uma delas funções específicas, concluímos que são fartos os indícios da existência de verdadeira ORCRIM (organização criminosa), responsável pelo desvio de pelo menos R$ 66 milhões”, escreveu o delegado.

Outra associação religiosa, a Igreja Embaixada do Reino de Deus, também recebeu valores de Pazinato: R$ 1,7 milhão, segundo a PF.

O relatório policial foi enviado ao Ministério Público Federal. A partir dele, caberá ao procurador Anselmo Lopes decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça. Um fato novo no decorrer das investigações, porém, vai tornar mais lento o seu desfecho. O inquérito foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça por indícios do envolvimento de autoridades com foro privilegiado.

Foram detectados pagamentos do grupo criminoso a familiares do conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, Aloísio Chaves, que os investigadores suspeitam terem relação com autorizações obtidas no tribunal. Os parentes de Aloísio foram indiciados.

Como conselheiros de tribunais de contas têm foro privilegiado, o caso subiu para a corte especial do STJ. Os autos chegaram no dia 17 de janeiro e foram distribuídos ao ministro Raul Araújo. As investigações, agora, ficam a cargo do vice-procurador geral da República, Bonifácio de Andrada.

DETALHANDO O CASO

A raiz de todos os males
A PF usou passagens bíblicas para dizer que o pastor Silas Malafaia “caiu em tentação” ao se locupletar de dinheiro ilícito

A trama
A Polícia Federal indiciou 50 pessoas por envolvimento em um esquema de corrupção e desvios de impostos sobre mineração, cujos valores envolvidos somam ao menos R$ 66 milhões. O caso foi batizado de Operação Timóteo

ENVOLVIDOS 

Silas Malafaia
Pastor foi indiciado por lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 100 mil de um escritório de advocacia que estava no centro do esquema de corrupção.

Marco Antônio Valadares Moreira (ex-diretor do DNPM)
Responde por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. É considerado o líder da organização criminosa

Alberto Jatene (filho do governador do Pará Simão Jatene)
Foi incluído no relatório da PF por corrupção passiva e organização criminosa. Recebeu R$ 750 mil de um dos escritórios envolvidos

As informações são da Istoe.