Caso Zaira Cruz: PM acusado de estuprar e matar universitária vai a júri popular em Natal

Defesa do PM pediu para processo ser retirado da Região Seridó, por conta da repercussão do caso na região. TJRN decidiu por transferência para Natal. Crime aconteceu em 2019.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) decidiu que o júri popular do policial militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e matar a estudante Zaira Dantas Silveira Cruz, de 22 anos, vai acontecer em Natal.

O processo corre atualmente na 3ª Vara da Comarca de Caicó, na Região Seridó do Rio Grande do Norte, cidade onde ocorreu o crime, no ano de 2019.

A defesa do réu confirmou ao g1 que havia pedido o desaforamento – que é a transferência do processo entre comarcas – de todas as cidades do Seridó, por conta da repercussão do caso na região. A escolha por Natal como local do julgamento é do TJRN.

O acusado vai a júri popular, segundo foi decidido pela Justiça em março de 2021, mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte informou que ainda não há data prevista para o julgamento.

Com a decisão do julgamento para ocorrer em Natal, o proceso precisa ainda ser remetido para a capital potiguar para ser distribuído para uma das varas, segundo explicou o TJRN. O passo seguinte é ser pautado. Não há um prazo máximo para a realização do julgamento.

O policial militar foi denunciado pelo MP pela prática de homicídio triplamente qualificado, com uso de asfixia, para assegurar a ocultação de outro delito, e feminicídio. Ele cumpre prisão preventiva desde 15 de março de 2019.

O caso
Zaira Cruz, de 22 anos, foi morta no dia 2 de março de 2019, no sábado de carnaval, no município de Caicó. Ela foi encontrada sem vida dentro do carro do policial militar Pedro Inácio Araújo, que estava trancado. Foi preciso que os bombeiros abrissem o veículo.

Segundo as investigações, o PM, a vítima e mais um grupo de amigos haviam alugado uma casa para passar o carnaval em Caicó. De acordo com a Polícia Civil, foi o próprio policial que chamou a polícia. Ele disse que teve relações sexuais com Zaira e, em seguida, a deixou dormindo no carro.

No dia 15 de março, o policial militar foi preso suspeito dos crimes de estupro e homicídio. Ele foi detido no município de Currais Novos, onde morava e cidade natal também de Zaira.

Em 26 de março, a Polícia Civil encerrou o inquérito e concluiu que Zaira foi vítima de estupro e feminicídio.

Natural de Currais Novos, Zaira morava em Mossoró, onde cursava Engenharia Química da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).

 

PRESO CHEFE DE GRUPO CRIMINOSO QUE AMEAÇAVA VAZAR IMAGENS ÍNTIMAS DE HOMENS CASADOS

Um homem apontado como chefe de um grupo criminoso que extorquia e aliciava vítimas casadas — principalmente homens — foi preso nesta quarta-feira (28), no Bairro de Fátima, em Fortaleza. O grupo atuava em Maceió (AL) e Natal (RN). A prisão de Gerson Alves Vieira, de 41 anos, aconteceu após solicitação de apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, pois o suspeito estava foragido na capital cearense. Conforme a Polícia Federal, Gerson responde por aliciamento de mais de 100 vítimas e extorquia dinheiro dessas pessoas por meio de ameaças de divulgação de imagens e vídeos íntimos. Ele já foi preso anteriormente em Maceió e fugiu de um flagrante pela atuação suspeita em Natal/RN. O grupo criminoso atuava procurando uma pessoa do sexo masculino, geralmente casada, com quem flertava e a levava para um hotel na Zona Sul de Natal, conforme a Secretaria de Comunicação Social da Polícia Civil do RN (SECOMS). No local, a vítima era ameaçada, coagida, fotografada e mantida sob violência física e psicológica, na intenção de obter vantagens financeiras. Enquanto isso, outros membros do grupo utilizavam de todos os possíveis dados bancários e de cartões de crédito para efetuar diversos tipos de transações financeiras em nome da vítima, tais como empréstimos, compras, transferências e saques.

OPERAÇÃO EROS

A prisão de Gerson em Fortaleza é um desdobramento da Operação “Eros”, ocorrida no mês de abril, em Natal, com objetivo de prender suspeitos pela prática de extorsão qualificada a clientes, em supermercados. A primeira parte da operação resultou na prisão de outros dois membros do grupo. Conforme a SECOMS, o homem apontado como chefe foi preso no momento em que se preparava para coagir mais uma vítima. Contra ele existiam dois mandados de prisão em aberto, além de seis inquéritos policiais instaurados pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Natal (DEFUR). O suspeito foi conduzido a delegacia e, em seguida, foi encaminhado ao sistema prisional. O preso continua a responder pelos fatos indicados e está à disposição da Polícia Civil e Justiça do RN.