Quadrilha de ladrões de imóveis de luxo mandava homens bem vestidos para enganar porteiros, diz polícia

Três suspeitos foram presos na noite de sexta-feira (13) no hotel onde estavam hospedados. Com eles, a polícia encontrou pertences das vítimas, como dinheiro, bolsas, celulares, joias e perfumes.

A quadrilha de São Paulo que vinha ao Rio de Janeiro para furtar apartamentos de luxo na Zona Sul da cidade usava homens bem vestidos para enganar os porteiros, segundo a Polícia Civil.

Na noite de sexta-feira (13), policiais da 14ª DP (Leblon) e da 12ª DP (Copacabana) montaram uma operação conjunta e foram ao hotel onde os ladrões costumam se hospedar. Três suspeitos foram presos.

Segundo a polícia, em um vídeo é possível ver dois integrantes da quadrilha paulista fazendo check-in em um hotel da Lapa. De lá, eles foram para o quarto alugado.

Os funcionários não imaginavam que a dupla estava no Rio não para fazer passeios turísticos, mas sim, para fazer vítimas.

Segundo as investigações, os ladrões costumavam se hospedar em hotéis na região central da cidade, mas os alvos estavam em áreas nobres da Zona Sul.

Os criminosos se interessavam por pertences de proprietários de apartamentos caros. O trabalho em conjunto das unidades da polícia auxiliou no avanço das investigações.

“A prisão dos criminosos foi resultado da constante troca de informações entre as unidades da Polícia Civil, fazendo com que a ação policial fosse imediata e com o melhor resultado possível”, disse o delegado Gustavo Castro, da 12ª DP (Copacabana).
De acordo com a polícia, a quadrilha era formada por jovens vestidos com roupas caras. Eles se aproveitavam disso para ganhar a confiança dos porteiros e se diziam moradores ou visitantes.

Já dentro do prédio, arrombavam os imóveis e furtaram os pertences das vítimas.

Em outra imagem, do fim do mês passado, outros suspeitos aparecem chegando no mesmo hotel, na Lapa. Eles também vieram para assaltar apartamentos.

“Eles elegem os edifícios através do que eles veem. Então, eles param em um edifício, veem que é de um alto padrão e então adentram no edifício. Logo após o furto, eles retornam para São Paulo e lá eles comercializam esses bens furtados”, explica o delegado Felipe Santoro, da 14ª DP (Leblon).
Um rapaz de casaco preto e uma mulher de camisa estampada que aparecem na imagem fazem parte do bando, segundo a polícia. Os dois carregam malas. Eles agem sem levantar qualquer suspeita. Depois de preencher a ficha na recepção, entram no elevador e sobem para o quarto.

Os presos nesta sexta são Lucas Targino Oliveira, Juan do Carmo Fonseca Santana e Lucas Costa Guedes.

Com eles, os agentes encontraram vários pertences das vítimas, como dinheiro (real, dólar e euro), bolsas, celulares, joias e perfumes.

Os suspeitos vão responder por furto qualificado, organização criminosa e resistência.

“A Polícia Civil alerta para que porteiros sempre verifiquem com os proprietários se, de fato, aquelas pessoas que estão ingressando na residência, no edifício, são efetivamente moradores ou parentes”, diz o delegado Felipe.

O RJ2 não conseguiu contato com a defesa dos presos Lucas Targino Oliveira, Juan do Carmo Fonseca Santana e Lucas Costa Guedes. Segundo a polícia, os três permaneceram em silêncio na delegacia.

 

Servidor divulga foto com fuzil em zap e diz: “Pronto se precisar atirar em petista”

Professores de escola municipal em Campo Grande se sentiram ameaçados com a publicação. Servidor diz que texto foi erro do corretor

Um servidor público de Mato Grosso do Sul divulgou uma foto segurando um fuzil em um grupo de WhatsApp de professores e funcionários da escola municipal em que trabalha, em Campo Grande. Junto ao registro, o agente patrimonial escreveu: “Tô pronto se precisar atirar em petista”.

Professores e demais funcionários da instituição de ensino declararam terem se sentido ameaçados pelo teor do conteúdo publicado pelo profissional.

O servidor público, que se apresentou como Lucas para a reportagem do portal G1, confirmou ter enviado a mensagem. Contudo, disse que a publicação no grupo se tratou de um engano.

No relato, Lucas afirmou que estava comemorando a virada do ano, e um conhecido ofereceu a arma para ele fazer o registro. Apesar de relatar que o texto foi um equívoco ortográfico, ele não esclareceu o que pretendia escrever na mensagem.

“Assim que mandei a foto e a mensagem, apaguei. Apaguei no mesmo minuto. A diretora da escola está ciente da situação. Eu escrevi a mensagem por engano e logo depois avisei minha chefia. A foto eu enviei errada, e a mensagem foi o corretor ortográfico”, disse o agente patrimonial.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) declarou que “lamenta a situação e que não é conivente com situações de violência”.

“Tom de ameaça”

A foto foi publicada em 31 de dezembro em um grupo de WhatsApp com professores e outros servidores da escola, que fica na Vila Carvalho, bairro de Campo Grande.

Após a divulgação da foto, servidores reagiram à mensagem e outros “printaram” a publicação, que acabou sendo compartilhada em outros grupos de funcionários públicos da capital sul-mato-grossense.

“Fiquei preocupada, isso é ameaça. A pessoa está ameaçando. Muitas pessoas estão preocupadas”, disse ao G1 a professora Eugênia Portela, que compartilhou a foto das mensagens nas redes sociais.

Jogador de futebol suspeito de estupro coletivo contra adolescente se apresenta à polícia; ele estava foragido

Lucas Duarte Almeida e outros dois jovens são acusados de agredir e promover um estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos.

O jogador de futebol Lucas Duarte Almeida, de 20 anos, suspeito de agredir e promover o estupro coletivo contra uma adolescente de 16, se apresentou à polícia no início da tarde desta sexta-feira (26). Ele tinha com um mandado de prisão em aberto e estava foragido.

O jogador compareceu à Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), no bairro Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte, por volta das 16h.

Lucas e outros dois jovens, de 19 anos, são suspeitos de terem agredido e estuprado a adolescente. Em abril deste ano, a mãe dela procurou a delegacia e relatou que a filha tinha chegado em casa muito machucada.

A vítima disse à polícia que conhecia os suspeitos e foi com os três até a casa de um deles. Ela foi para o quarto com o jogador de futebol, com quem ficava, e começou a ter relação sexual consentida com ele, mas, durante o ato, os outros dois suspeitos entraram, sem autorização dela. (veja as conclusões da investigação abaixo)

Conhecido como Lucão, ele joga na categoria de base do Esporte Clube Taubaté, em Taubaté, no interior de São Paulo. O g1 procurou o time e aguarda retorno.

Em entrevista à TV Globo, a defesa de Lucas disse que ele se apresentou à polícia porque “tem uma vida ilibada” e “não tem nada a temer”.

Argumentou, também, que as relações com a vítima foram consensuais e que demais informações somente serão repassadas à Polícia Civil, para não prejudicar as investigações.

Incentivava as agressões e filmou o estupro
De acordo com a Polícia Civil, as investigações concluíram que Lucas chamou os outros dois jovens e ainda os incentivaram a agredi-la.

“No decorrer dessas relações, ela foi muito agredida, principalmente o que começou [o ato] incentivava os outros dois a agredi-la. Ele, inclusive, mostrava como ela deveria ser agredida. O corpo dela ficou totalmente marcado, porque foram desferidos diversos socos, principalmente na costela, no abdome e nas costas”, explicou a delegada Letícia Muller.
Segundo ela, o estupro ainda foi filmado pelo jogador de futebol, e as imagens foram compartilhadas com os outros dois suspeitos.

Ameaças
Após os crimes, a vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), onde foram constatadas as lesões. Depois que a família dela foi à polícia, os suspeitos a ameaçaram, dizendo que iriam divulgar as imagens nas redes sociais caso ela não retirasse a denúncia.

Os dois suspeitos de 19 anos foram presos preventivamente nesta quinta-feira (25), nos bairros Coqueiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte, e Palmares, na Região Nordeste. Eles disseram à polícia que foram convidados pelo amigo, de 20, a entrar no quarto e ter relações com a vítima.

“Eles relataram que ela foi primeiro para o quarto com aquele com quem ela já tinha relacionamento. Em certo momento esse menino mandou mensagem falando: ‘Vêm vocês dois também’. Eles perguntaram: ‘Mas ela falou que pode?’ E ele mandou mensagem falando que sim”, disse a delegada.
 

‘Disse pra eu ficar nua’, relata paciente que denuncia dentista suspeito de negligência e assédio

Soraya Cury ficou com o rosto desconfigurado após procedimento realizado pelo dentista Fernando Lucas Rodrigues Alves. Ele é investigado pela PCMG por violação sexual e possíveis erros durante cirurgias.

A psicanalista Soraya Cury afirmou em entrevista ao Encontro, da TV Globo, que está sem trabalhar há oito meses, desde que passou por uma cirurgia plástica malsucedida nos lábios. O procedimento foi realizada pelo dentista Fernando Lucas Rodrigues Alves e deixou sequelas.

Além de culpar o dentista por negligência e imperícia, Soraya Cury denuncia que, em uma das consultas, ele pediu que ela tirasse toda a roupa antes da operação. Quando foram se despedir, ele ainda a teria surpreendido com um beijo na boca.

“Eu recebi uma propaganda milagrosa no meu perfil de rede social. Foi assim que cheguei até o especialista. Quando ela [a assistente do dentista] me pediu pra eu tirar a roupa eu disse: ‘Meu Deus, por que eu tenho que tirar a roupa para uma cirurgia no rosto, numa cadeira de dentista com sedação oral?'”, questionou a psicanalista.
A funcionária foi até Fernando Lucas e voltou explicando que ele pediu para que a paciente ficasse nua.

“Eu tirei a roupa e fiquei de calcinha e sutiã, e ela disse que não, que era pra eu ficar nua”, relembrou

O profissional é investigado pela Polícia Civil por violação sexual mediante fraude e possíveis erros durante procedimentos estéticos na clínica dele, em Belo Horizonte. Segundo o advogado de uma das vítimas, ao menos 20 pessoas tiveram problemas pós-operatórios. A defesa de Fernando nega as acusações (veja posicionamento abaixo).

Outras vítimas
No dia 10 abril deste ano, uma mulher de 63 anos fez um procedimento com o profissional e, quando uma amiga a buscou, no fim da tarde, percebeu que ela estava com sangramento no rosto, vômito e incontinência urinária, além de dificuldade para andar.

A paciente foi orientada pelo dentista a ir para casa. Durante a noite, a amiga percebeu que ela estava sem sinais vitais e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A mulher ficou internada em coma e morreu dois dias depois. A família relatou que o dentista a procurou, disse que não era um caso grave e que a morte foi pelo fato de a vítima ter apneia do sono.

Em agosto de 2023, uma mulher de 55 anos denunciou o dentista por um procedimento cirúrgico feito contra a vontade dela. Ela contou que foi à clínica para fechar o contrato de uma ritidoplastia. Antes da assinatura, o dentista ofereceu um medicamento, sem ela saber que era um sedativo, e fez o procedimento sem autorização.

A vítima contou que acordou e implorou para ele parasse, mas não foi ouvida. A operação deixou uma cicatriz no rosto dela.

CRO suspenso
Fernando Lucas se anuncia nas redes sociais como especialista em cirurgia facial, com 19 anos dedicados a “transformar faces”, e professor universitário. No entanto, após as denúncias, o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) suspendeu, por 30 dias, o exercício profissional dele.

“O Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) informa que está atuando para apurar os fatos relacionados à conduta profissional do cirurgião-dentista, bem como confirma a existência de denúncias de pacientes, relatórios da VISA Municipal, inquérito policial instaurado, bem como evidências de práticas temerárias reiteradas que justificaram a suspensão cautelar do seu exercício profissional por 30 dias, conforme Portaria publicada em 12 de julho de 2024”, afirmou o CRO.

O que diz o dentista
Em nota, o profissional afirmou que procedimentos cirúrgicos podem ter complicações, mas que tudo é comunicado de forma prévia ao paciente. Além disso, o dentista garantiu que prestou assistência às pacientes no pós-operatório.

“Em relação às eventuais alegações de cirurgias malsucedidas, é importante destacar que todo procedimento cirúrgico implica riscos inerentes, que são previamente comunicados aos pacientes, cuja ocorrência independe da conduta do profissional. Ressalte-se que, em casos de fibrose, a conduta do paciente no pós-operatório é indispensável para que se tenha o melhor resultado, sendo de responsabilidade do paciente realizar as sessões de fisioterapia, bem como seguir as recomendações do profissional quanto a bons hábitos de saúde”, afirmou em nota.

“Estamos à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais e reforçamos nosso compromisso com a excelência no atendimento e cuidado dos nossos pacientes”, concluiu.

 

Acusado de chefiar quadrilha que enviava peças e munição de fuzil dos EUA para o Brasil pelo Correio é condenado a 43 anos de prisão

Hebert Belo, conhecido como Pezinho, foi preso em 2021 na Operação Pneu de Ferro da PF. Investigação começou quando um pneu recheado de pentes para fuzil foi apreendido no Aeroporto Internacional do Rio.

A Justiça Federal no Rio condenou a 43 anos de prisão o homem acusado de chefiar uma organização criminosa transnacional que enviava acessórios e munição para fuzil dos Estados Unidos para as duas maiores facções criminosas no Brasil, escondidos em encomendas remetidas pelo correio.

Ele foi preso em junho de 2021 em casa, em São Paulo, na Operação Pneu de Ferro da Polícia Federal.

Herbert Belo de Oliveira Araújo, conhecido como Pezinho, foi condenado pelos crimes de tráfico internacional de munição e acessórios de arma de fogo e organização criminosa.

De acordo com as investigações, entre 2017 e 2019 a quadrilha chefiada por Hebert exportou irregularmente dos Estados Unidos para o Brasil munições e acessórios de armas de fogo por pelo menos 41 vezes. O material era retirado em agências dos Correios no Brasil, por integrantes da quadrilha, e revendido para as maiores facções de tráfico de drogas do Rio e de São Paulo. Ele sempre negou as acusações.

As investigações começaram em 2019, com apreensões de carregadores de fuzis e acessórios de arma de fogo realizadas no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Os pentes estavam escondidos dentro de um pneu.

Em seu interrogatório, Hebert admitiu que fazia remessas de mercadorias dos Estados Unidos para o Brasil pelo correio, por atuar como “redirecionador”. Segundo Hebert, brasileiros faziam compras em sites americanos e indicavam o endereço dele na Flória para entrega.

Hebert, então, mandava as mercadorias para o endereço do comprador no Brasil, e cobrava uma taxa por esse serviço. Ele negou que as mercadorias postadas por ele fossem acessórios para armas ou munição, como mostra o diálogo:

Juiz – Bom, segundo o relatório mencionado na denúncia, essas mercadoria que você teria postado pro Brasil, como já mencionei aqui, seria munição, parte de fuzis, etc. Você tá dizendo que não, mas há uma referência a exames feitos das suas digitais nessas embalagens.

Herbert Belo – Possivelmente pode existir sim, eu postei a caixa no correio, eu carreguei elas da minha casa pro carro até o correio. Com certeza pode ter alguma digital minha na caixa.

Juiz – Como é que seria, você posta aí, aparentemente é você, você não tá negando que faz as postagens, você posta aí um produto A, e chega aqui um produto B. B seria partes de uma metralhadora, ou então munição.

Herbert Belo – Aí não cabe a mim dizer, eu fiz uma postagem de um produto lícito, que foi comprado de forma lícita nos Estado Unidos, e eu direcionei para o Brasil, sobre depois de toda essa confusão que tá acontecendo, que foi encontrado peças de armas, ou qualquer outro tipo de coisa que tava dentro das caixas, mas eu mesmo não tenho conhecimento disso.

Em sua sentença, a juíza federal Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, disse que a versão de Hebert não é crível.

“Embora a Defesa sustente a tese de que o acusado não tinha conhecimento dos conteúdos da embalagem, não é crível que uma pessoa que se dedica ao trabalho de exportação não tenha conhecimento do conteúdo que está remetendo, devendo ser salientado que, no ato, há a necessidade de se preencher formulário de declaração do conteúdo da remessa, sendo este de inteira responsabilidade do remetente, no caso, o acusado. Ou seja, quem trabalha como “redirecionador” de encomendas tem ciência de que determinados itens são proibidos de serem remetidos, possuindo, assim, responsabilidade sobre o conteúdo da remessa”, escreveu a magistrada, que completou:

“Somado a isso, difícil crer que o réu acreditasse estar remetendo ao Brasil produtos de baixo valor agregado como por exemplo aspiradores de pó, panelas, secadores de cabelo, duchas higiênicas, relógios de parede, brinquedos, lanternas, patinetes, entre outros e pagando um alto custo de remessa, sem que isso lhe causasse nenhuma desconfiança, tendo em vista que o custo das remessas não se justificaria caso tivessem finalidade lícita”.

Outros quatro membros da quadrilha também foram condenados a penas que variam de 12 a 5 anos de prisão.

“A Operação Pneu de Ferro foi muito importante por três motivos. O primeiro deles foi a prisão de Hebert, para interromper o vínculo dele com a facção paulista. O segundo foi a descapitalização, com a perda de diversos bens e veículos dele. Isso não permite a continuidade da organização criminosa. Por fim, foi um caso histórico de cooperação policial internacional. Houve muita troca de informações entre a PF e autoridades americanas, que prenderam lá um membro da quadrilha”, disse ao g1 o delegado da PF Fábio Galvão, responsável pela investigação.

Em fevereiro do ano passado, Hebert já tinha sido condenado pela Justiça paulista a 11 anos de prisão por tentativa de feminicídio contra a ex-mulher. Segundo a sentença, em 2020 ele agrediu brutalmente a ex-companheira Paula Lacerda Lucas após segui-la de carro e vê-la entrar num motel com outro homem.

Paula, que viajava com Hebert para os Estados Unidos quando ele fazia as remessas das peças ou munição para fuzil para o Brasil, também chegou a ser ré, mas foi absolvida pela Justiça Federal do Rio.

 

Em 24 horas, cruzeiro de Neymar tem tratamento do craque, shows e muitas polêmicas; entenda

MSC Preziosa ‘Ney em Alto Mar’ partiu do Porto de Santos (SP). Viagem com destino a Búzios (RJ) já contou com várias polêmicas.

O cruzeiro Ney em Alto Mar, do jogador Neymar Jr., partiu do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, no final da tarde da última terça-feira (26), e em menos de 24 horas já registrou diversas polêmicas, desde falas do craque sobre a compra do Santos F.C. situações inusitadas envolvendo os convidados famosos. O g1 listou e explicou os acontecimentos desse 1º dia de curtição em alto mar (veja abaixo).

Durante a partida do Porto de Santos, uma multidão se reuniu no Deck do Pescador, no bairro Ponta da Praia, para acompanhar a saída do cruzeiro de Neymar Jr. Imagens registradas pelo drone de Fabiano Albuquerque mostram o grupo observando a embarcação indo embora com destino a Búzios, no Rio de Janeiro.

Vários famosos embarcaram no MSC Preziosa para curtir ao lado do craque, entre eles: Matheuzinho, MC Pipokinha, Deolane, MC Guimê, Virginia Fonseca e Zé Felipe. Além deles, artistas renomados, como Péricles, Belo e Livinho estão confirmados para se apresentarem a bordo.

Neymar chegou, de muletas e caminhando devagar (veja abaixo), acompanhado do filho Davi Lucca e do amigo Lucas Lima, jogador do Santos. Recentemente, o atleta do Al-Hilal passou por uma cirurgia de correção da ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo, machucados em jogo da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Tratamento no rolê
O “Ney em Alto Mar” virou assunto na imprensa internacional. O espanhol ‘Marca’ — jornal esportivo — disse que o jogador embarcou no navio mesmo com a grave lesão que sofreu no joelho esquerdo em outubro. O assunto também foi notícia no inglês ‘The Sun’.

Antes de aproveitar o cruzeiro com os ‘parças’, Neymar mostrou que segue firme no tratamento da lesão. Nas redes sociais, ele compartilhou uma imagem do tornozelo com a frase: “Tratamento no rolê, vale?”

Em um vídeo, Neymar aparece cantando a música “Set dos Casados” cantando o trecho: “Fui dar perdido e a Bianca apareceu. F****!”. Na letra original, a música diz: “Eu fui dar perdido com os amigos e a cunhada apareceu”.

Comprar o Santos FC?
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de voltar ao Santos FC durante conversa com o influenciador Negrete, Neymar comentou sobre a intenção de adquirir o time. “Vou comprar [o Santos] e vou te contratar. Deixa comigo”, disse ele após o influenciador afirmar que sonhava em jogar com o atleta na Vila Belmiro.

Festa
Na primeira noite de festa do cruzeiro temático, o cantor MC Ryan chamou o Davi, filho do jogador, para dançar a música ‘Tubarão Te Amo’ em cima do palco.

Em imagens é possível ver o menino fazendo a coreografia da canção. O jogador foi visto curtindo o show do Péricles e cantando a música ‘Final de Tarde’.

Polêmica entre famosas
A influenciadora digital Virginia Fonseca, que está no navio com o marido e cantor Zé Felipe, reclamou do sinal de internet. “Cheguei agora no quarto, lá não pegava internet. Meus stories foram postar agora [riso sem graça]”, explicou ela.

A advogada Deolane Bezerra passou um susto durante a primeira noite no cruzeiro. Ela havia perdido uma pulseira de ouro com diamante Just Un Clou, da grife Cartier, avaliada em R$ 326 mil.

No entanto, a peça foi encontrada por um funcionário que a devolveu. Além disso, o look dela também gerou polêmica. O traje que Virginia escolheu para curtir a primeira noite do navio é o mesmo que Deolane usou em abril.

Bruna e Mavie não foram
Enquanto Neymar está navegando pelo Atlântico, Bruna Biancardi e Mavie, fruto do relacionamento da influenciadora com o jogador, estavam em casa. A ex-namorada do camisa da 10 da Seleção Brasileira mostrou momentos de sua terça ao lado da família e da filha para os seguidores.

De madrugada, Bruna postou um stories ninando a filha. Já pela manhã, compartilhou um vídeo em que fala que, após certa idade, “não é mais a felicidade que se busca, mas a paz”.

Ney em Alto Mar

O cruzeiro, com três dias de duração, partiu do Porto de Santos (SP) com destino a Búzios, no Rio de Janeiro. O navio, que pesa 139 mil toneladas e tem espaço para mais de 4 mil hóspedes, retornará a Santos no dia 29.

A embarcação tem academia, SPA, restaurantes temáticos, uma “piscina de borda infinita” e várias outras atrações. Entre os shows confirmados, estão Péricles, Belo, Livinho, Guimê, Poze do Rodo e Orochi.

Os pacotes incluíam todos os shows, além de acomodação na cabine, alimentação completa, serviço 24 horas e espetáculos no Platinum Theatre. Não estão inclusos bebidas, sauna, cinema 4D, boliche, simulador de Fórmula 1 e o serviço extra (bares).

Todos os pacotes, que custavam a partir de R$ 5 mil por pessoa, esgotaram. Os hóspedes tinham três opções de cabine: a interna sem janela, sem vista para o mar; a externa com janela, com vista para o mar; e, por fim, a externa com varanda, com vista para o mar.

 

Polícia apura se Jorge Ben Jor agrediu fotógrafo no Aeroporto Santos Dumont

Caso foi registrado na segunda-feira pelo profissional. Assessoria do músico nega agressão. Segundo Lucas Bento, o cantor o agarrou pelo pescoço e o jogou contra um carrinho de bagagens.

O fotógrafo Lucas Bento registrou um boletim de ocorrência na 5ª DP (Mem de Sá), no Centro do Rio, na última segunda-feira (27), sobre uma suposta agressão que teria sofrido do cantor Jorge Ben Jor, no Aeroporto Santos Dumont, no último sábado (25). A Polícia Civil investiga o caso.

Segundo o relato de Lucas, o cantor teria puxado e agarrado o fotógrafo pelo pescoço, além de tê-lo jogado contra um carrinho de bagagens. Assessoria do cantor negou as acusações.

A revolta de Jorge Ben Jor seria por ter sido alvo dos cliques de Lucas, ao desembarcar de um voo no aeroporto localizado no Centro do Rio.

Contudo, de acordo com a versão de Lucas, o fotógrafo nem mesmo tinha visto Jorge Ben Jor no saguão do aeroporto. Lucas contou ao g1 que ele estava fazendo foto de uma atriz no momento que o cantor passou. O fotógrafo disse que foi pego de surpresa pela atitude de Jorge Ben.

“No sábado, por volta das 21h25, desembarcou uma atriz e eu fui fazer a foto. Sendo que eu não percebi que tinha uma pessoa na frente dela, só que estava bem mais a frente. Eu não sabia quem era essa pessoa. Ao fazer foto dela (da atriz), essa outra pessoa já estava vindo. Sendo que na lente eu não tava vendo quem era. Eu não vi ele se aproximando. Quando eu tava fazendo a foto da pessoa, eu percebo que tem alguém me segurando, me puxando”, narrou Lucas.

“Esse rapaz que eu não sabia quem era veio me agredindo, me jogou para cima de um carrinho que tava passando com bagagem. (…) Eu estava com o olhar na câmera, quando senti alguém me agarrando e me puxando pelo pescoço e falando que não era pra fazer foto dele”, contou o fotógrafo.

Lucas contou ainda que mesmo no momento das agressões não percebeu que se tratava de Jorge Ben Jor. Segundo ele, só depois de fazer as fotos da atriz ele foi procurar saber quem tinha praticado o ato violento.

“Eu sem entender nada, só tentava sair e ele me segurando pelo casaco, pelo pescoço, na frente de todo mundo. (…) Só depois que eu fiz as fotos eu fui procurar por ele. Até então eu não sabia quem era que tinha me agredido desta forma e que tinha me feito passar por essa situação no meu ambiente de trabalho”, explicou.

Violência impacta no trabalho
O fotógrafo disse que nunca tinha passado por uma situação como essa e que em momento algum reagiu as agressões do cantor. Segundo ele, toda a situação foi bem complicada e que a agressão impactou no seu trabalho.

“Na hora que percebi que estava sendo agredido, não esbocei nenhuma reação. Eu sempre fui tranquilo e nunca gostei de briga”, disse.
“Nunca tinha passado por algo assim, quando os famosos não querem foto eles falam que não querem, e eu respeito, porém não estava fazendo foto dele, nem tinha visto que ele estava passando”, argumentou Lucas.

Lucas fez o registro na delegacia e afirmou à polícia que as câmeras de segurança do aeroporto vão comprovar o que ele contou.

“É bem diferente trabalhar depois disso tudo, mas espero que não aconteça mais”, comentou o fotógrafo.
Polícia vai investigar
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou o registro de ocorrência na 5ª DP e informou que vai buscar as câmeras de segurança do aeroporto para investigar o que de fato aconteceu.

“O caso foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá). Imagens de câmeras de segurança serão requisitadas e os agentes buscam testemunhas. O cantor será chamado a prestar esclarecimentos e demais diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos”, dizia a nota da Polícia Civil.

Cantor nega agressão
Em contato com o g1, a assessoria de imprensa de Jorge Ben Jor negou as acusações contra o cantor.

De acordo com a assessoria do cantor, ele estava no aeroporto quando o fotógrafo pediu que ele parasse para um clique – que foi negado. Ele nega que qualquer agressão tenha sido cometida.

Por telefone, a assessoria reforçou ainda que Jorge Ben Jor é um idoso de 84 anos, e que no máximo teria respondido de forma rude.

Ainda segundo o assessor, eles aguardam que a intimação chegue para o advogado do cantor para se posicionar com mais detalhes e prestar depoimentos. Contudo, o assessor destaca que as imagens de segurança mostrarão a verdade.

Justiça aumenta pena de Ronnie Lessa por sumiço das armas utilizadas para matar Marielle Franco

No mesmo processo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro também ampliou a condenação da esposa do ex-policial militar, Elaine Lessa, e outras três pessoas, entre eles o cunhado de Lessa.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu ampliar a condenação do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereador Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes. A decisão em 2ª instância é referente ao processo que julga o sumiço das armas utilizadas no crime.

Acusado de ter transformado um apartamento alugado em um depósito de armas, o ex-PM teve a pena ampliada de quatro para cinco anos de prisão em regime fechado. Lessa segue preso em um presídio de segurança máxima, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

No acórdão, os desembargadores ressaltaram que “merece juízo de censura negativo as consequências do delito, pois as consequências do delito praticado são nefastas, em razão da vinculação das armas de fogo de Ronnie Lessa à gravíssimos delitos, especialmente homicídios, que forma causa de tormento e terror à sociedade fluminense”.

No mesmo processo, a Justiça do Rio de Janeiro também ampliou a condenação da esposa do ex-policial militar, Elaine Lessa, e outras três pessoas, entre eles o cunhado de Lessa. Os pedidos para ampliação das penas partiram do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Armas no mar
A principal linha de investigação até o momento aponta que a submetralhadora usada no assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes pode ter sido jogada no mar. A arma do crime nunca foi localizada.

A sentença da 1ª Câmara Criminal detalhou o plano da quadrilha para sumir com as armas de Ronnie Lessa, o principal acusado pelos assassinatos.

A ação foi flagrada pela câmera de segurança de um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde Lessa tinha um apartamento, em março de 2019.

A investigação apontou que as caixas que guardavam as armas foram jogadas no mar e que isso aconteceu horas depois da prisão de Ronnie Lessa.

Acusada de arquitetar o plano, Elaine Lessa, mulher do ex-sargento da PM, foi condenada em 2021 a quatro anos de prisão em regime aberto, mas na época a Justiça trocou a pena por prestação de serviços comunitários.

Com a decisão desta quarta-feira (8), após o recurso do Ministério Público, a pena foi ampliada para oito anos de prisão em regime semiaberto.

A mesma sentença vale para Bruno Pereira Figueiredo, irmão de Elaine e cunhado de Ronnie Lessa. José Marcio Mantovano, flagrado carregando as caixas, pegou sete anos de prisão.

Já Josinaldo Lucas Freitas, acusado de ter jogado as armas no mar, teve a pena ampliada de quatro para seis anos de prisão, também em regime semiaberto.

O que dizem os citados
Em nota, a defesa de José Márcio Mantovano informou que não concorda com a sentença, e que vai recorrer.

A defesa de Ronnie Lessa, Elaine Lessa e Bruno Pereira Figueiredo não se manifestou sobre a decisão.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Josinaldo Lucas Freitas.

Justiça mantém prisão de suspeito de estuprar adolescentes após atraí-las com falso sorteio de celular na Bahia

Prisão aconteceu na quarta-feira (18), durante a ‘Operação Querubim’, em Lauro de Freitas.

A Justiça manteve a prisão do homem de 28 anos suspeito de violentar, filmar e extorquir menores de idade, no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo a Polícia Civil, Lucas Santos atraía vítimas com um falso sorteio de celular. [Veja mais abaixo como funcionava o esquema]

Lucas Santos teve um mandado de prisão temporária cumprida na quarta-feira (18). Além de ter o mandado cumprido por estupro, a Polícia Civil informou que o homem foi autuado em flagrante pelo crime de produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.

O homem passou por audiência de custódia na quinta (19). O juiz converteu a prisão em flagrante em preventiva. Com isso, ele tem uma temporária e uma preventiva em andamento.

De acordo com a polícia, a “Operação Querubim” é resultado de investigações da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca) que duraram 18 meses.

A Polícia Civil informou que a primeira denúncia contra o homem foi feita há cerca de um ano e meio. Depois, houve um segundo registro de Boletim de Ocorrência (BO). As duas vítimas são adolescentes de 15 anos.

A corporação disse que um mandado de busca e apreensão foi cumprido. Segundo as investigações, há possibilidade de que mais vítimas façam denúncias.

A delegada da Dercca, Simone Moutinho, responsável pelas investigações, explicou como o suspeito agia. Veja abaixo o passo a passo:

O suspeito conquistava a confiança das vítimas na internet, às vezes se passando por mulheres ou pessoas da mesma idade;
Em seguida, o homem dizia que faria um sorteio de um celular, e, posteriormente, dizia que a vítima havia ganhado o prêmio;
Ele, então, pagava o transporte por aplicativo para que a vítima fosse até o local indicado retirar o celular;
No local, a vítima era estuprada, além de fotografada e filmada.
Depois, conforme as investigações, o suspeito ainda fazia extorsão, obrigando a vítima a retornar ao local para novamente serem estupradas.

De acordo com a delegada, o homem negou o estupro e disse que as relações eram consensuais.

“Ele falou que marca encontros pelas redes sociais e que todas as relações que ele tem, as mulheres querem estar com ele. Ele negou qualquer situação de estupro e falou que, algumas vezes, para essas adolescentes estarem com ele, ele faz alguns PIX”, disse.
A Dercca também investiga a possível ocorrência do crime de estupro por meio virtual. Na casa do homem, foi apreendido um celular. No aparelho, foi constatado, além de vídeos e imagens, mensagens que mostram a ação do suspeito.

STF condena dois réus da região de Campinas por atos golpistas; veja quem são e quais as penas

Reginaldo Garcia e Edineia dos Santos foram por condenados por 5 crimes pela depredação dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Eles foram os primeiros moradores da região a serem julgados pela Corte.

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou os dois primeiros réus da região de Campinas (SP) por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando houve invasão e depredação às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF). O julgamento, no plenário virtual, começou no dia 6 de outubro e terminou à 0h desta quarta-feira (18).

A Corte formou maioria para condenar Reginaldo Carlos Begiato Garcia e Edineia Paes da Silva Santos por cinco crimes. A maior parte dos votos foi para a aplicação de 17 anos de prisão. Entretanto, como houve divergência relacionada à dosimetria da pena, será preciso esperar a proclamação do resultado de cada julgamento para saber o tempo exato de sentença.

As penas de 17 anos foram propostas pelo relator do processo, Alexandre de Moraes, além do pagamento de R$ 30 milhões em danos morais coletivos para serem divididos com os outros quatro réus que foram julgados na mesma leva.

Também votaram pela condenação os ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli , Luiz Edson Fachin, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. Veja os cinco crimes pelos quais os réus foram denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR):

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: acontece quando alguém tenta “com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”. A pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
Golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta “depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”. A punição é aplicada por prisão, no período de 4 a 12 anos.
Associação criminosa armada: ocorre quando há a associação de três ou mais pessoas, com o intuito de cometer crimes. A pena inicial varia de um a três anos de prisão, mas o MP propõe a aplicação do aumento de pena até a metade, previsto na legislação, por haver o emprego de armas.
Dano qualificado: ocorre quando a pessoa destrói, inutiliza ou deteriora coisa alheia. Neste caso, a pena é maior porque houve violência, grave ameaça, uso de substância inflamável. Além disso, foi cometido contra o patrimônio da União e com “considerável prejuízo para a vítima”. A pena é de seis meses a três anos.
Deterioração de patrimônio tombado: é a conduta de “destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial”. O condenado pode ter que cumprir pena de um a três anos de prisão.
A maioria dos ministros entendeu que houve uma clara intenção por parte de uma multidão de tomada ilícita de poder, com uso de meios violentos para derrubar um governo democraticamente eleito.

O ministro André Mendonça só condenou os réus pelo crime de Abolição do Estado Democrático de Direito, enquanto que Nunes Marques optou pela absolvição das acusações da PGR, mas condenou Reginaldo e Edineia por incitar publicamente a prática de crime, que prevê cinco meses de detenção. Como os dois já ficaram mais tempo presos, ele entendeu que não havia pena a cumprir.

Reginaldo Carlos Begiato Garcia e Edineia Paes da Silva dos Santos foram presos em flagrante e tiveram a prisão preventiva decretada. Os dois permaneceram na cadeia até o início de agosto e saíram sob a condição do uso da tornozeleira eletrônica e não usar perfis em redes sociais.

O plenário virtual é um formato de julgamento em que os ministros apresentam seus votos em uma página eletrônica do Supremo. Advogados podem apresentar argumentos nas sustentações orais por áudio ou vídeo.

Provas nos celulares
No relatório de Alexandre de Moraes, o ministro afirma que o conteúdo encontrado nos celulares dos réus após a perícia da Polícia Federal servem como provas dos crimes. No telefone de Reginaldo, havia imagens das barreiras de contenção derrubadas no gramado em frente ao Congresso Nacional, além de selfies dentro do plenário do Legislativo usando máscara.

Já no celular de Edineia, a PF encontrou uma selfie em um acampamento em Brasília e uma mensagem de áudio confirmando a invasão. Pela descrição da Polícia Federal, a mensagem diz: “Nós já entramos, nós já invadimos tudo”. Também foram encontrados vídeos confirmando a intenção de praticar os atos golpistas.

Quem são os réus
Reginaldo Carlos Begiato Garcia, de 55 anos, mora em Jaguariúna (SP), é técnico de logística e foi preso após invasão no Congresso. Ele é acusado de participar de um grupo que invadiu o Congresso para depredar as instalações, quebrando vidraças, móveis, computadores, obras de arte, câmeras de circuito fechado de TV.

A defesa pediu a absolvição dele. Os advogados alegam que ele foi a Brasília participar de uma manifestação pacífica, mas que infelizmente no decorrer da manifestação ocorreu uma grande confusão e depredações que vão totalmente ao contrário do que ele acredita, sendo que ele não praticou nenhum ato ilícito.

Já Edineia Paes da Silva dos Santos, tem 37 anos, e é moradora de Americana (SP). A acusação da Procuradoria Geral da República (PGR) é de que ela estava nos atos antidemocráticos no Palácio do Planalto e foi uma das executoras.

Segundo a defesa, ela viajou a Brasília “em uma caravana com o objetivo de participar de um movimento em prol da nação”. Esteve na rampa do prédio e depois buscou se abrigar das bombas de gás. O advogado também negou que ela depredou patrimônio público.

Casos já julgados
O STF já havia condenado seis executores dos atos golpistas. As penas vão de 12 a 17 anos de prisão. São eles:

Aécio Lúcio Costa Pereira – 17 anos de prisão
Matheus Lima de Carvalho Lázaro – 17 anos
Thiago Mathar – 14 anos
Davis Baek – 12 anos de prisão
João Lucas Vale Giffoni – 14 anos de prisão
Moacir José dos Santos – 17 anos de prisão.
A maioria dos réus já está solta, usa tornozeleira eletrônica e cumpre restrições, como não poder acessar redes sociais.