Mulher embriagada é presa por tentar roubar micro-ônibus e bater em quatro táxis na Zona Leste de SP.

Flagrante aconteceu na rua Dr. Meira Pena, em Guaianases. O veículo operava a linha 3027/10 [CPTM Guaianases/Shop. Aricanduva], da Viação Pêssego Transportes. Acusada foi autuada por furto, embriaguez ao volante e dirigir sem permissão ou habilitação.

Uma mulher de 43 anos foi presa pela Polícia Militar ao tentar roubar um micro-ônibus da Viação Pêssego Transportes, em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo, na noite desta terça-feira (16).

Segundo os policiais, o motorista do coletivo deixou o ônibus parado, com a chave na ignição, por alguns instantes para entregar um relatório para o fiscal da linha 3027/10 [CPTM Guaianases/Shop. Aricanduva], quando a mulher assumiu a direção do veículo.

Os policiais afirmaram que Erika Samara Custodio tinha claros sinais de embriaguez, como desequilíbrio, forte odor etílico e fala pastosa.

Na tentativa de arrancar com o ônibus, ela bateu contra quatro táxis que estavam estacionados na rua Dr. Meira Pena, altura do número 161.

Imagens feitas no local mostram os taxistas visivelmente irritados com a moça, que não consegue se comunicar direito por causa do alto teor de embriaguez.

O caso foi registrado 53º Distrito Policial do Parque do Carmo, na Zona Leste, como furto, embriaguez ao volante e dirigir sem permissão ou habilitação.

Por meio de nota, a SPTrans disse que “repudia o ato criminoso e lamenta o caso que ocorreu 21h40 de terça-feira (16) na Rua Dr. Meira Pena, 161, Guaianases envolvendo o veículo de prefixo 4 7082”.

 

Motorista embriagado que atropelou e matou três idosas tem prisão preventiva decretada em SP

Acidente foi registrado na Avenida General Ataliba Leonel, no Tucuruvi. Vítimas chegaram a ser socorridas, mas não resistiram. Motorista de 19 anos foi autuado por homicídio, embriaguez ao volante e tentativa de homicídio de passageira que estava no veículo.

O motorista de 19 anos que matou três idosas atropeladas na Avenida General Ataliba Leonel, no Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça. A decisão ocorreu após audiência de custódia nesta segunda-feira (30).

O acidente ocorreu no domingo (29). Segundo a polícia, Felipe Zacarias Rodrigues estava com sinais de embriaguez e foi autuado por homicídio, embriaguez ao volante e tentativa de homicídio da passageira que estava no veículo.

À polícia, ele disse que havia saído de um bar na região da avenida Luiz Dumont Villares, recusou-se a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia conseguido contato com a defesa do motorista.

De acordo com o boletim de ocorrência, Leonilda Aparecida dos Santos, de 80 anos, Alcina Affonso de Franco, de 82, e Alzira Rodrigues Alves Teixeira, de 76, estavam a caminho da igreja Nossa Senhora dos Prazeres. Elas foram atingidas depois que Felipe perdeu o controle da direção e invadiu a calçada.

Conforme o registro, o condutor só parou o veículo ao ficar prensado entre uma árvore e um muro.

Leonilda Aparecida dos Santos foi socorrida e levada ao hospital do Mandaqui, e Alzira Rodrigues Alves Teixeira e Alcina Affonso de Franco foram levadas ao hospital Sancta Maggiore. Nenhuma delas, no entanto, resistiu aos ferimentos.

Uma equipe da Polícia Militar foi acionada e constatou que o jovem estava com sinais de embriaguez, entre eles forte odor de álcool, fala alterada, olhos vermelhos e dificuldade no equilíbrio.

No carro dele ainda estavam outras duas pessoas, sendo que uma delas precisou ser socorrida e levada a um pronto-socorro. O estado de saúde dela não foi divulgado.

Um passageiro do carro também foi ouvido pela polícia. Ele alegou que o grupo estava em um bar e que todos saíram alterados. Disse ainda que o amigo estava dirigindo em alta velocidade e que pediu para que ele fosse mais devagar.

O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante pelo 73° DP (Jaçanã).

Nota de pesar

A igreja Nossa Senhora dos Prazeres divulgou uma nota de pesar nas redes sociais.

“É com pesar que comunicamos que no dia de hoje foram pra casa do Pai nossas irmãs Alcina, Alzira e Leonilda. Vamos entrar em oração para que Deus conforte os corações dos familiares e amigos. Que Deus as receba no Reino do Céu. Agradecemos todo o serviço que se dedicaram a nossa comunidade paroquial”.

A igreja também divulgou informações sobre os velórios e enterros das idosas. Leonilda Aparecida dos Santos foi enterrada no Cemitério do Tremembé nesta segunda-feira (30).

Alzira Rodrigues Alves Teixeira foi velada no Funeral Salete, também nesta segunda. O enterro foi realizado no Cemitério Jardim Horto Florestal.

Já Alcina Affonso de Franco será enterrada no Funeral Salte nesta terça-feira (31). A cerimônia de despedida vai das 8h ao meio-dia.

Homenagem nas redes sociais

O neto de Alcina Franco lamentou a morte da avó e publicou uma homenagem nas redes sociais.

“Ontem, nos vimos pela última vez, você estava feliz, com a família, brincou sobre eu chegar tarde, como sempre. Conversamos sobre palavra cruzada, meus tempos de criança e sobre como era bom estar com a família reunida, numa data tão especial”, escreveu.

“Mas hoje a sua passagem na terra chegou a fim. Não precisava ser desse jeito, com um crime, mas Deus sabe o que faz e nesse momento você está em um lugar melhor. Orando por nós, falando com nós e do meu lado.”

E completou: “Você foi minha melhor amiga, minha companheira, fez minha infância mais feliz e sem a senhora, jamais teria conseguido me formar e ser a pessoa que sou hoje. Você é a pessoa mais bondosa que já conheci em toda a minha vida, sempre acolhia a todos com um sorriso no rosto e sua simpatia inconfundível”.

Justiça do RJ decreta prisão preventiva de suspeitos de roubos em São Cristóvão; dois foram baleados

Três PMs também foram presos em flagrante por tentativa de homicídio, durante a abordagem a um veículo suspeito de praticar roubos na Zona Norte do Rio, na noite da última quarta-feira (25).

A Justiça converteu a prisão em flagrante de Yasmin Gomes dos Santos, de 18 anos, João Victor Andrade de Oliveira, de 22, e a prima dele, Nívea Ághata Fernandes, de 24, em preventiva na tarde desta sexta-feira (27), durante uma audiência de custódia.

O trio é suspeito de cometer uma série de crimes em São Cristóvão na noite de quarta-feira (25).

Eles estavam em um carro, foram perseguidos por policiais militares e baleados. Nívea está internada em estado gravíssimo no Hospital Quinta D’or, em São Cristóvão. Já João Victor segue internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Os dois estão sob custódia.

De acordo com o juiz Alex Quaresma Ravache, a investigação traz indícios suficientes de que os suspeitos teriam participado dos crimes.

“No entanto, muito embora não fosse possível ter certeza do envolvimento dos indiciados no roubo no momento da perseguição policial, e apesar da ausência de agressão atual ou iminente por parte dos custodiados que pudesse justificar os disparos efetuados pelos policiais na direção do Ônix no momento da abordagem, é certo que no momento posterior, da lavratura do flagrante, a autoridade policial reuniu indícios suficientes de autoria do roubo em relação ao custodiado João Victor e indícios suficientes de participação no roubo em relação às custodiadas Nívea e Yasmim, ao menos nesta fase embrionária”, destacou o magistrado em um trecho de sua decisão.

A delegada Márcia Beck, da 17ª DP (São Cristóvão), afirmou ao g1 nesta sexta que os três jovens presos, incluindo os dois baleados, durante abordagem da PM estavam cometendo uma série de crimes naquela noite.

A decisão do juiz também citou possíveis inconsistências nos depoimentos dos PMs da Unidade de Polícia Pacificado (UPP) Barreira do Vasco e afirmou que possíveis excessos policiais também terão que ser investigados no caso.

Durante a ocorrência, o delegado plantonista da 17ª DP (São Cristóvão) também prendeu em flagrante os PMs Willian de Castro Valladão, André Luís da Silva Rodrigues e Bruno Batista Gama, que estavam na perseguição, por tentativa de homicídio. A polícia vai analisar as imagens das câmeras dos uniformes dos agentes e também as imagens das câmeras da região.

De acordo com os PMs, a caçada aconteceu após eles terem recebido a informação de que ocupantes de um carro do modelo Cobalt branco teriam roubado celulares em São Cristóvão.

Os militares suspeitaram do veículo Ônix prata onde o trio estava e atiraram, acertando João Victor, Nívea. Yasmi, que está gravida, não se feriu.

João Victor, estava no banco de trás do carro, foi atingido na perna, socorrido para o Hospital Souza Aguiar e tem quadro estável. Já prima que dirigia o carro foi baleada com dois tiros no tórax, um no pescoço e um no braço. Segundo a família, ela permanece em estado grave no Hospital Quinta D’or.

De acordo com a Polícia Militar, quatro celulares sem chip, uma touca ninja, três relógios e um rádio comunicador foram apreendidos no carro em que estava o trio.

A advogada de Yasmin, Márcia Daflon, no entanto, acredita que o material possa ter sido plantado no interior do veículo. Segundo a Polícia Civil, o carro alvejado pelos agentes foi utilizado em um assalto a um comércio de Itaguaí, na Região Metropolitana há cerca de um mês.

Yasmin não tem anotações criminais, mas João Victor tem 10 anotações por estelionato, furto, formação de quadrilha e extorsão. Ele chegou a ser preso duas vezes, mas deixou a cadeia no fim do ano passado.

Já Nívea Ághata é investigada por envolvimento no roubo em Itaguaí, porque teria emprestado o veículo para o namorado, que o utilizou para assaltar o estabelecimento. O caso está sendo investigado pela 50ª DP (Itaguaí).

 

Empresário investigado por grilagem de terra em Goiás é preso no RS, diz polícia

D’Artagnan Costamilan estava foragido há cerca de um mês após ter prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás. Ele é suspeito de se apropriar de imóveis com documentos falsificados, segundo MP.

O empresário D’Artagnan Costamilan, que estava foragido há cerca de um mês após ter prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás, foi preso nesta quarta-feira (16) em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Costamilan é investigado por grilagem de terras em Goiás.

O g1 entrou em contato com a defesa do empresário, mas não obteve posicionamento até a última atualização desta reportagem.

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), Costamilan, que tem 73 anos, é suspeito de se apropriar de imóveis fazendo transferências por meio de documentos falsificados. Para isso, em um dos casos, ele e outro advogado, que também é suspeito, utilizaram a assinatura de uma pessoa já tinha morrido.

Em julho, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em escritórios, empresas e na residência do empresário. Um mandado de prisão preventiva também foi emitido, o que fez com que Costamilan passasse a ser considerado foragido.

De acordo com a Polícia Civil do RS, o empresário estava morando há cerca de um mês em um prédio no Centro de Santa Maria, cidade onde nasceu. O imóvel pertenceria a um membro da família dele. Costamilan foi preso quando chegava em casa.

“Ele estava se escondendo neste condomínio de classe média há cerca de três semanas, logo depois da operação do MP em Goiás. Ele teria se ocultado por uns dias em Santa Catarina e depois vindo para o RS”, explica o delegado Gabriel Casanova, responsável pela prisão.

De acordo com a investigação, Costamilan tem negócios imobiliários no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além de Goiás.

Recentemente, o empresário recebeu o título de cidadão de Sombrio, em Santa Catarina, e recebeu homenagem na Câmara de Vereadores da cidade.

Um dos terrenos que foi um dos alvos do grupo, segundo a TV Anhanguera, tem quase o tamanho de um campo de futebol e foi avaliado em mais de R$ 3 milhões. O dono do terreno, no entanto, morreu em 2015. Já a procuração falsificada, autorizando o outro homem investigado no esquema a vender o terreno do falecido dono, foi assinada em 2019. De acordo com o promotor, a pessoa que foi ao cartório fingindo ser o dono do terreno, para oficializar a transferência, não foi identificada.

Empresa financeira deve indenizar consumidora por transação fraudulenta

Conforme a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça, fraudes praticadas por terceiros configuram fortuito interno e, quando praticadas no âmbito de operações bancárias, as instituições financeiras respondem objetivamente por elas.

Assim, o 5º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro condenou o PAGSEGURO INTERNET S.A a restituir R$ 2,5 mil a LARYSSA PINHEIRO CAMARGO e indenizá-la em R$ 3,5 mil por danos morais devido a uma transação fraudulenta.

O projeto de sentença foi elaborado pelo juiz leigo Everardo Mendes de Araujo e homologado pela juíza titular Márcia Santos Capanema de Souza. Eles explicaram que o consumidor “é vulnerável tecnicamente” para produzir prova sobre fraudes em transações eletrônicas, “pois não detém o monopólio dos meios empregados pela ré na prestação dos serviços bancários”.

Araujo observou que a empresa não trouxe provas nem indícios de que as transações foram feitas pela consumidora. Já autora anexou contestação que “revela indício de fraude”.

Na sua visão, a conduta da ré rompeu “o equilíbrio e a confiança na parceria contratual”, pois deixou “de atender às legítimas expectativas” da consumidora.

Ainda segundo a decisão, a falta de cautela da empresa demonstrou que o serviço é prestado sem condições de segurança. Devido à perda de “quantia razoável”, Araujo e Márcia constataram que houve “abalo emocional”.

A autora foi representada pela advogada Roniele de Oliveira Silva.

PF cumpre 61 mandados em 18 estados e no DF contra fraude em importação de equipamentos médicos

Operação Zona Cinzenta é segunda fase da Operação Equipos, que busca identificar organização criminosa que usa a aduana de Dionísio Cerqueira para contrabando.

 

Justiça mantém condenação de agente penitenciário aposentado por escrever que ouvidor das polícias de SP ‘tem que morrer’

Réu deixou mensagens contra Cláudio da Silva no grupo de WhatsApp ‘Polícia Penal Assuntos’. Hélio de Matos também escreveu ‘negro maldito’. Justiça entendeu que houve ameaça e injúria racial.

A 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de São Paulo manteve a condenação de dois anos em regime aberto por injúria racial e ameaça ao agente penitenciário aposentado que deixou mensagem racista e de morte contra o ouvidor de Polícia do Estado de São Paulo, Claudio da Silva, em um grupo de WhatsApp, em agosto de 2023. A decisão, em segunda instância, foi publicada em 8 de fevereiro e ainda cabe recurso.

Claudio recebeu o conteúdo e registrou um boletim de ocorrência no dia 4 de agosto, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do DHPP. No dia 14 do mesmo mês, ainda como investigado, Hélio foi ouvido na delegacia. Ele reconheceu em interrogatório que fazia parte do grupo no WhatsApp “Polícia Penal Assuntos”.

Na ocasião, os integrantes comentavam sobre a primeira “Operação Escudo” no Guarujá, que deixou 28 mortos no litoral de São Paulo, e o posicionamento do Ouvidor das Polícias, que pedia acesso às informações da PM, como as câmeras corporais dos agentes.

Hélio contou que resolveu se manifestar sobre o tema com as frases: “não podemos tapar o sol com a peneira e fingir que nada está acontecendo. Demorou pra matar esses vagabundos e quem estiver apoiando bandido igual esse negro maldito e esse ouvidor das polícias, tem que morrer também”.

“Essa é a minha posição. Vai virar uma guerra eu estou pronto”, completou.

À Polícia Civil, ele afirmou que se arrependeu e excluiu a mensagem e saiu do grupo, “pois sabia que havia cometido um ato discriminatório e não sabe dizer o motivo de ter sido tão rude e agressivo”. O caso corre pela 3ª Vara Criminal de São Paulo.

Anteriormente, o g1 tentou contatar Hélio, e ele respondeu por mensagens.

“Não sei o que é isso. Primeiro que alguém deve ter montado isso. Sou de descendência negra, meus avós eram negros”, disse ao g1. Agora, a reportagem tentou com a defesa dele, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Condenação
O juiz da 3ª Vara Criminal de São Paulo já tinha o condenado na primeira instância a 2 anos em regime aberto. A privação de liberdade foi substituída por prestação de serviço à comunidade. No entanto, o réu tentou recorrer da primeira sentença dizendo que “jamais demonstrou sentimento discriminatório contra sua própria cor”, detalha o acórdão.

“Em juízo o réu admitiu a autoria da mensagem, e inclusive que se excedeu, revelando arrependimento.”

“A injúria racial ficou satisfatoriamente demonstrada com a expressão ‘negro maldito’, ao passo que o tom ameaçador da mensagem consiste na expressão ‘tem que morrer também'”, detalhou o desembargador Francisco Orlando.

‘Não estou intimidado’
Na época, Cláudio acreditava que tenha sido vítima de ofensas e ameaça por conta de críticas à Operação Escudo, no litoral de São Paulo.

“Não estou intimidado, eu vou continuar fazendo meu trabalho com muita dedicação e equilíbrio, porque o trabalho que eu faço é um trabalho equilibrado. Eu não faço trabalho para falar mal de polícia, desqualificar as instituições da democracia, como são as polícias Civil, Militar e Científica”, contou em agosto ao g1.

E completou: “Eu vou continuar defendendo que policial precisa ser valorizado profissionalmente, vou continuar defendendo que o policial precisa ser valorizado no sentido de proteção social à sua família, mas vou continuar enfrentando os desmandos que alguns policiais insistem em fazer por conta da sua condição de homem da lei, de homem que tem um aparato estatal ao seu dispor para praticar ilegalidades. Ilegalidades não serão toleradas”.

A Operação Escudo foi deflagrada depois que o soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, em Guarujá, em 27 de julho de 2023.

Ao todo, 28 supostas abordagens a suspeitos que teriam entrado em confronto com as forças policiais terminaram com morte.

Policial penal aposentado vira réu por injúria racial e ameaça após escrever que ouvidor das polícias de SP ‘tem que morrer’

Servidor aposentado deixou mensagens contra Cláudio da Silva no grupo de WhatsApp ‘Polícia Penal Assuntos’. Entre as frases, Hélio de Matos citou ‘negro maldito’. Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) o indiciou pelos dois crimes. Ministério Público ofereceu denúncia e Justiça aceitou, dando seguimento ao processo.

Um policial penal aposentado virou réu por injúria racial e ameaça na Justiça depois que deixou mensagem racista e de morte contra o ouvidor de Polícia do Estado de São Paulo, Claudio da Silva, em um grupo de WhatsApp, em agosto.

Claudio recebeu o conteúdo e registrou um boletim de ocorrência no dia 4 de agosto, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do DHPP.

No dia 14 do mesmo mês, ainda como investigado, Hélio foi ouvido na delegacia. Ele reconheceu em interrogatório que fazia parte do grupo no WhatsApp “Polícia Penal Assuntos”. Na ocasião, os integrantes comentavam sobre “Operação Escudo”, que deixou 28 mortos no litoral de São Paulo, e o posicionamento do Ouvidor das Polícias, que pedia acesso às informações da PM, como as câmeras corporais dos agentes.

Hélio contou que resolveu se manifestar sobre o tema com as frases: “não podemos tapar o sol com a peneira e fingir que nada está acontecendo. Demorou pra matar esses vagabundos e quem estiver apoiando bandido igual esse negro maldito e esse ouvidor das polícias, tem que morrer também”.

“Essa é a minha posição. Vai virar uma guerra eu estou pronto”, completou.

À Polícia Civil, ele afirmou que se arrependeu e excluiu a mensagem e saiu do grupo, “pois sabia que havia cometido um ato discriminatório e não sabe dizer o motivo de ter sido tão rude e agressivo”.

O caso corre pela 3ª Vara Criminal de São Paulo. O réu poderá se defender no decorrer do processo e julgamento.

Anteriormente, o g1 tentou contatar Hélio, e ele respondeu por mensagens.

“Não sei o que é isso. Primeiro que alguém deve ter montado isso. Sou de descendência negra, meus avós eram negros”, disse ao g1. Agora, a reportagem tentou com a defesa dele, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

‘Não estou intimidado’
Na época, Cláudio acreditava que tenha sido vítima de ofensas e ameaça por conta de críticas à Operação Escudo, no litoral de São Paulo.

“Não estou intimidado, eu vou continuar fazendo meu trabalho com muita dedicação e equilíbrio, porque o trabalho que eu faço é um trabalho equilibrado. Eu não faço trabalho para falar mal de polícia, desqualificar as instituições da democracia, como são as polícias Civil, Militar e Científica”, contou em agosto ao g1.

E completou: “Eu vou continuar defendendo que policial precisa ser valorizado profissionalmente, vou continuar defendendo que o policial precisa ser valorizado no sentido de proteção social à sua família, mas vou continuar enfrentando os desmandos que alguns policiais insistem em fazer por conta da sua condição de homem da lei, de homem que tem um aparato estatal ao seu dispor para praticar ilegalidades. Ilegalidades não serão toleradas”.

A Operação Escudo foi deflagrada depois que o soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, em Guarujá, em 27 de julho.

Ao todo, 28 supostas abordagens a suspeitos que teriam entrado em confronto com as forças policiais terminaram com morte.

 

Testemunha diz que homem matou filha e sobrinha a golpes de martelo por vingança, para ‘mostrar à ex-mulher como era ficar sem filho’

Trechos dos depoimentos foram divulgados durante audiência de custódia na segunda-feira. David de Souza Miranda é suspeito do duplo homicídio e de torturar a ex-cunhada, amarrada e queimada.

Trechos de depoimentos de testemunhas da morte de duas crianças em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, na sexta-feira (24), foram divulgados durante a audiência de custódia do principal suspeito da ação, David de Souza Miranda.

As crianças eram filha, Luísa Fernanda, de 5 anos, e sobrinha de David, Ana Beatriz, de 4. Elas estavam acompanhadas da ex-cunhada de David, Natasha Maria Silva Gonçalves de Albuquerque, mãe de Ana Beatriz. Ela foi amarrada e torturada pelo suspeito e está internada em estado grave.

Testemunhas contaram que David estava inconformado porque a sua ex-companheira, mãe de Luísa Fernanda, o denunciou à polícia por crimes praticados contra ela. Uma das frases ouvidas foir que ele mataria a ex-cunhada com marretadas e ainda mataria a própria filha, como forma de “mostrar à ex-mulher como era ficar sem filho”.

As testemunhas relataram barulhos de marretada e o som de gritos: “Pai, não faz isso, não, pai, pelo amor de Deus, pai!”.

A polícia diz que os depoimentos revelam que, em telefonemas, David disse que matou as três e que ligou para a ex-companheira, Nayla, e disse que ela havia “provocado uma tragédia na família”.

Natasha havia levado Luísa para David ver por causa de uma medida protetiva que impedia a aproximação dele de Nayla.

Criança teve os pés presos
Vizinhos também relataram à polícia que, quando conseguiram conter as chamas, entraram no imóvel e viram uma das crianças completamente desacordada, aparentando morta.

A outra menina foi encontrada com os pés presos sob uma cama box, com o corpo queimado, mas ainda com vida. As duas foram encaminhadas a hospitais, mas não resistiram e morreram.

Natasha também foi socorrida e está internada em estado grave.

Os laudos de necropsia de Luísa e Ana Beatriz indicam que elas morreram em razão de traumatismo craniano.

David foi preso na Tijuca, na Zona Oeste do Rio, após se envolver em um acidente de carro enquanto fugia.

Prisão preventiva
A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão de David de Souza Miranda em audiência de custódia na segunda-feira (25) levando em conta a sua periculosidade e a comoção que o caso causou.

“A frieza e desequilíbrio emocional do custodiado, apontados pela própria dinâmica dos fatos, é fator que pode contribuir para que as testemunhas se sintam constrangidas para prestar depoimento sabendo que o autor de um crime de tamanha gravidade estará solto no mesmo ambiente”, escreveu a juíza Rachel Assad em trecho da decisão que determinou a prisão preventiva de David.

Acusado de atos nazistas em Tramandaí é condenado a 5 anos de prisão

Israel Fraga Soares está envolvido em práticas racistas, homofóbicas e antissemitas, segundo a Polícia Civil. Ele já teria feito ameaças contra políticos, artistas e influencers. “O racismo e a homofobia são duas das discriminações mais odiosas e intoleráveis da sociedade”, diz a sentença.

A Justiça do Rio Grande do Sul condenou Israel Fraga Soares a cinco anos, seis meses e sete dias de prisão por crimes envolvendo atos nazistas em Tramandaí, no Litoral do Rio Grande do Sul, como: praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião. A sentença foi publicada na última sexta-feira (11).

Os advogados que defendem Soares disseram, por meio de nota, que o caso é “o caso é tratado com delicadeza”, que não concordam com a pena e que estão “analisando a sentença prolatada e verificando a possibilidade de recursos cabíveis” (leia, abaixo, a nota na íntegra).

Segundo a Polícia Civil, Soares está envolvido em práticas racistas, homofóbicas e antissemitas. Provas dão conta de que ele já fez ameaças contra o vereador de Porto Alegre Leonel Radde (PT), que tem histórico de denunciar extremistas à polícia; contra a vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL), que é transsexual; contra o influencer digital Antônio Isupério; e o ator Douglas Silva.

Além disso, ele aparece, em vídeos publicados na internet, fazendo saudações nazistas, queimando uma bandeira que representa a comunidade LGBTQIA+ e também uma foto de George Floyd (veja abaixo).

“Após minuciosa análise do arcabouço probatório, observa-se que o sentenciado tinha como pretensão difundir suas ideias, praticando e alicerçando um discurso de ódio, discriminando pessoas em razão da cor, raça, etnia, orientação sexual e identidade de gênero. Nesse enfoque, o racismo e a homofobia são duas das discriminações mais odiosas e intoleráveis da sociedade. A gravidade é patente e os efeitos psicológicos são nefastos para as vítimas”, diz o juiz Michael Luciano Vedia Porfirio, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí.

Soares está preso preventivamente desde 2022 na Penitenciária Modulada Estadual de Osório.

Nota da defesa de Soares
“A defesa de Israel fraga soares, representada pelos Advogados Rafael Petzinger e Bruna Ressureição recebem a sentença do caso Israel e vem a público informar que estão analisando a sentença prolatada e verificando a possibilidade de recursos cabíveis.

O caso do custodiado é tratado com delicadeza, em razão do quadro de deficiência amplamente comprovado pela defesa de Israel, o que foi confirmado na sentença, declarando a semi-imputabilidade à época dos fatos, mesmo com o pedido contrário do Ministério Público, em razão da diminuição de pena que isso enseja.

De outro lado, a defesa entende que os parâmetros utilizados para aplicação e dosagem da pena não foram realizados de maneira correta, considerando a vida pregressa de Israel e demais circunstâncias favoráveis, o que será matéria de recurso”.