Terceiro pedido de prisão contra Fernando Sastre de Andrade Filho é negado

O Tribunal de Justiça de São Paulo recusou, em 30 de abril, a solicitação de prisão preventiva de Fernando Sastre de Andrade Filho, empresário de 24 anos, acusado de causar um acidente fatal enquanto dirigia seu Porsche a alta velocidade em 31 de março, na zona leste de São Paulo. Esta é a terceira vez que a Justiça nega pedidos semelhantes da Polícia Civil.

No dia anterior, 29 de abril, o Ministério Público de São Paulo denunciou o empresário por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, e se posicionou a favor da prisão preventiva. Apesar disso, o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, declarou Fernando Filho réu, mas sem acatar o pedido de prisão. No entanto, medidas como fiança de R$ 500 mil, suspensão da CNH e proibição de contato com as testemunhas foram impostas.

Fernando Filho e sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, que auxiliou na retirada do empresário do local do acidente, também foram obrigados a entregar seus celulares à polícia. Imagens de câmeras mostraram o empresário dirigindo em velocidade extremamente alta, culminando na colisão com um Renault Sandero conduzido por Ornaldo da Silva Viana, motorista de aplicativo de 52 anos, que veio a falecer devido aos ferimentos.

Um laudo do Instituto de Criminalística indicou que o Porsche estava a 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, mais de 36 horas após o acidente, Fernando Filho admitiu estar acima do limite de velocidade, que é de 50 km/h. Além disso, Marcus Vinicius Machado Rocha, passageiro do Porsche, sofreu ferimentos graves e foi submetido a cirurgia. Ele relatou que o empresário havia consumido bebida alcoólica antes do acidente, o que foi corroborado pela acusação do Ministério Público, que afirmou que Fernando Filho bebeu em dois locais antes de dirigir.

Adicionalmente, há acusações de que Fernando Filho violou ordens judiciais ao influenciar o depoimento de sua namorada, que negou o consumo de álcool por parte do empresário à polícia. Esta conduta levou a promotora Monique Ratton a questionar a integridade das informações prestadas.

A investigação também inclui a análise de imagens de câmeras corporais dos policiais no local do acidente, que registraram a liberação de Fernando e sua mãe sob alegação de que ele precisava de atendimento médico, uma ação que está sendo averiguada pela Polícia Militar e a Justiça Militar para apurar possível corrupção passiva. A falta de bafômetro e a supervisão inadequada no local foram criticadas até mesmo pelo governador Tarcísio de Freitas, que mencionou falhas na conduta policial durante o incidente.

Revelações Perturbadoras: Acusações de Abuso na Família Sastre de Andrade

O envolvimento do Porsche em um acidente fatal em São Paulo desencadeou uma série de revelações perturbadoras sobre a família Sastre de Andrade. Além do acidente trágico, surgiram acusações sérias contra o pai do condutor do veículo, Fernando Sastre de Andrade, feitas por sua ex-mulher, Eliziany Silva.

Eliziany registrou dois boletins de ocorrência na Polícia Civil, nos quais descreve episódios de violência física, tortura, sequestro, ameaças e abusos psicológicos cometidos por Fernando pai. As acusações lançam luz sobre um relacionamento marcado por comportamento abusivo e controle.

O primeiro incidente descrito ocorreu em 30 de junho de 2018, quando Fernando teria agredido Eliziany e tentado enforcá-la com um fio de carregador de celular. Ela conseguiu escapar e buscar tratamento médico, mas não denunciou o ex-marido anteriormente devido ao medo de retaliação, alimentado por suas alegações de influência e conexões com organizações criminosas.

O segundo incidente relatado ocorreu em 22 de dezembro de 2021, quando Eliziany desmaiou repentinamente durante um jantar com Fernando. Ao acordar, encontrou-se nua em um motel, com sangramento nas partes íntimas. Ela afirma que foi impedida de sair imediatamente e forçada a procurar tratamento médico virtualmente, enquanto Fernando alegadamente insistia em esperar pelo café da manhã.

Esses relatos lançam uma nova luz sobre a dinâmica problemática dentro da família Sastre de Andrade. A recusa da Justiça em conceder uma medida restritiva para proteger Eliziany levanta questões sobre a eficácia do sistema em lidar com casos de violência doméstica e proteger as vítimas.

Além disso, a tentativa de compensar a família da vítima do acidente fatal com uma indenização substancial destaca a tentativa de reparar danos, mas não pode substituir a responsabilidade legal e moral pelos eventos que levaram à tragédia.

O pedido do Ministério Público para investigar as circunstâncias do acidente, incluindo a possível influência de álcool no condutor do Porsche, ressalta a importância de uma investigação completa e imparcial.

No cerne dessa história está não apenas um acidente fatal, mas também uma rede complexa de relacionamentos abusivos e disputas familiares, destacando a necessidade urgente de abordar questões de violência doméstica e garantir justiça para todas as partes envolvidas.

Juraci ‘Tesoura de Ouro’ é Preso por Suspeita de Liderar Esquema de Lavagem de Dinheiro e Sonegação Fiscal no DF

Juraci Pessoa de Carvalho, conhecido como “Tesoura de Ouro”, empresário de 63 anos e ex-candidato a deputado federal, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã de 11 de abril de 2024. A prisão ocorreu em uma academia no Sudoeste, região nobre de Brasília. Ele é acusado de liderar uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, que teria causado um prejuízo de R$ 45 milhões aos cofres públicos. A operação, denominada Sarto, mobilizou 120 policiais.

Natural de Icó, Ceará, Juraci ganhou destaque no DF com sua rede de lojas Tesoura de Ouro. Ele tentou se eleger deputado federal pelo Republicanos em 2018 e 2022, mas não obteve sucesso. Em 2018, Juraci já respondia a processos por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro e, durante a campanha, declarou possuir R$ 5,3 milhões em espécie.

A investigação apontou que o grupo empresarial de Juraci utilizava 123 empresas fictícias para emitir notas fiscais fraudulentas e driblar o pagamento de impostos. Além disso, essas empresas tinham laranjas como sócios para proteger os verdadeiros beneficiários, como evidenciado por um motorista que estava vinculado a 47 CNPJs.

Em nota, Juraci afirmou que o Grupo Tesoura de Ouro é uma das maiores contribuintes de ICMS do Distrito Federal e que a empresa não é ré na ação penal. Ele destacou que o grupo, com cerca de 1.500 funcionários, contribui significativamente para a economia local e afirmou que a investigação é infundada.

Empresário Rodrigo Carvalheira é Preso sob Suspeita de Crimes Contra Mulheres no Recife

O empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (11), no Recife, sob suspeita de cometer uma série de crimes contra mulheres. O mandado de prisão preventiva foi cumprido pela Polícia Civil em sua residência, no bairro de Boa Viagem. As vítimas, de acordo com as investigações, seriam pessoas do círculo social do empresário, e o caso está sendo investigado em sigilo pela 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, em Santo Amaro.

Ao ser conduzido à delegacia, Rodrigo declarou à imprensa: “Tudo será apresentado. Sou inocente. São muito minhas amigas e acho incrível que isso está acontecendo.” Carvalheira, que é herdeiro de uma tradicional família de empresários envolvidos no Carnaval pernambucano e proprietário de uma agência de eventos, já ocupou também a presidência de um partido político no estado.

Em nota, a advogada de defesa, Graciele Queiroz, expressou espanto com a prisão de seu cliente, afirmando que as acusações são graves, mas baseadas apenas em depoimentos e na opinião da autoridade policial. A defesa ressaltou que Rodrigo sempre esteve à disposição da polícia para colaborar com as investigações e que sua inocência será provada ao longo do processo.

O Grupo Carvalheira, em comunicado, esclareceu que Rodrigo Carvalheira não possui qualquer vínculo com a empresa, nem como sócio nem como funcionário, e se disse surpreso com as notícias que associavam seu nome ao empresário.